Brasília no controle: capital vira polo de desenvolvimento de games
Em espaços como a Indie Warehouse, estúdios têm a oportunidade de crescer e trocar conhecimentos
atualizado
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A indústria mundial dos games moveu US$ 16 bilhões em 2016. E, crise à parte, tende a crescer ainda mais neste ano. O desenvolvimento desse mercado dinamiza também a economia do Distrito Federal. A capital abriga programadores dispostos a criar a nova sensação de consoles e celulares. Aos poucos, os geeks se organizam e começam a dar passos mais ousados.
O polo de games de Brasília conseguiu um importante combo. Um espaço de coworking, localizado no Lago Norte, pretende reunir os principais nomes dos jogos eletrônicos no mesmo lugar, chamado Indie Warehouse. Entre os integrantes, está a Behold Studios, criadora de hits como “Chroma Squad”, “Knights of Pen & Paper” e “Galaxy of Pen & Paper”. Os principais títulos produzidos no DF são voltados para celulares, os mais popular das plataformas – no Brasil, são 168 milhões de smartphones, diz pesquisa da Fundação Getulio Vargas.
O canal Game Chinchila utiliza a infraestrutura colaborativa. De acordo com Saulo Camarotti, um dos fundadores da Indie Warhouse, a ideia é promover a troca entre grupos distintos que tenham em comum o amor pelo mundo virtual.
Pessoas com backgrounds e habilidades diferentes [trabalhando juntas] aumentam a qualidade dos jogos. Além disso, o galpão disponibiliza um endereço fiscal para os estúdios, convida palestrantes e oferece ajuda na formação dos profissionais
Saulo Camarotti
Marcos de Paula Gonçalves, um dos sócios do galpão, conta que o objetivo é tornar o espaço um lugar que receba estúdios brasileiros e também de outros países da América Latina. “Você não produz o jogo somente para Brasil”. O sonho parece alto, mas as cifras do mundo digital justificam a expectativa.
O desenvolvedor mais antigo na cidade, Alex Leal, CEO da Lizard Games e professor do curso de Jogos Digitais da UDF, é taxativo ao afirmar que o mercado brasileiro é destaque no mundo.
“Em termos de criatividade e técnica, temos condições de disputar com qualquer país. A questão é o capital de investimento em entretenimento, ainda muito baixo no Brasil”, argumenta. Leal acredita que um caminho possível seria a parceria com empresas internacionais, em um intercâmbio de culturas digitais.
“Produzir jogos exige um grande conhecimento de lógica da programação, além de animação, ilustração e até mesmo empreendedorismo”, diz o desenvolvedor. Em Brasília, atualmente, 12 universidades oferecem graduações e pós-graduações na área.