Filme Dulcina, que relembra a diva do teatro, chega ao Cine Brasília
Além de outros filmes nacionais, Dulcina, de Glória Teixeira, entra em cartaz no Cine Brasília. O longa será exibido neste domingo (27/8)
atualizado
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A nova programação do Cine Brasília contará com diversos filmes nacionais. Entre eles, o longa Dulcina, de Glória Teixeira, que ainda vai contar com uma homenagem para a atriz, morta em 1996. A exibição da produção acontece no próximo domingo (27/8), véspera da data em que se completa 27 anos de sua morte.
Em papo com o Metrópoles, a diretora do longa contou qual a importância de se fazer um filme sobre Dulcina de Moraes, que dá nome à uma faculdade de artes. “Entendendo que a arte e a cultura são resultados da história de um povo, conta quem somos, registram nossas emoções, sentimentos e expressão no tempo presente e para o futuro, considero a Dulcina de Moraes como uma das mais importantes personalidades brasileiras a deixar essa marca para nosso país”, declarou Glória.
O filme
Dulcina, o filme, surgiu após anos de pesquisa, espera, busca de apoio e contatos. Apesar do longa só ter sido realizado em 2019, por meio de uma Emenda Parlamentar, a diretora começou os trabalhos 12 anos antes, em 2007.
“O primeiro entrevistado foi Paulo Autran, 4 meses antes do falecimento dele, em 2007. Em seguida, entrevistei Marília Pêra, mas os equipamentos eram ruins e esse material está guardado. Em 2010, quando inscrevi Dulcina para receber a premiação nacional, Ordem do Mérito Cultural, o qual ela ganhou, eu fui para o Teatro Municipal, no RJ, no dia da premiação em 2010”, disse a cineasta.
Foi no evento no Rio de Janeiro que Glória Teixeira conheceu duas pessoas que a ajudaram a tocar o projeto. “Eu conheci a Fernanda Montenegro e a Françoise Forton. Elas ficaram encantadas com a ideia do filme”, relatou. A produção conta com Forton no elenco e Montenegro se envolveu no projeto ao lado da diretora.
Apesar do longo período de trabalho, o filme encantou a audiência e recebeu premiações — inclusive por Júri Popular. “A recepção foi a melhor possível, tanto que 1 dos 4 Candangos que o filme levou, foi Júri Popular. Entendo que o público compreendeu os valores ali mostrados. Sou muito grata”, contou.
Exibição no dia da morte de Dulcina
Dulcina estará no telão do Cine Brasília neste domingo (27/8), um dia antes da data em que se completam 27 anos da morte de Dulcina de Moraes. Sobre a importância dessa data para o teatro brasileiro, Glória explicou é a hora de exaltar o segmento.
“O significado do nome Dulcina é doce e eu acrescentei Sina – Doce Sina. A Sina dela era a arte. Era um destino inevitável, que ela cumpriu com doçura e dores. Não foi só sucesso, foram fracassos, os quais ela considerava necessários para o crescimento pessoal. O filme mostra toda essa trajetória”, explicou.
A cineasta também relembrou a caminhada de Dulcina de Moraes até a fama e se tornar um símbolo do teatro brasileiro. “Essa artista levou nos caminhos dela uma infinidade de gente, tanto os que a conheceram pessoalmente, quanto milhares que não tiveram a oportunidade, mas que continuam a seguir seus passos”, garante Glória.
“Acho muito perigoso para a memória da nossa cultura – se é que posso usar esse termo – leiloar o Teatro Dulcina. Além disso, tem a preservação do precioso acervo e a própria faculdade, que formou milhares de professores e artistas, inclusive, os primeiros professores de Artes formados em Brasília, são oriundos da faculdade Dulcina”, completa.
Figura da Dulcina de Moraes
Para falar sobre a importância de Dulcina de Moraes, Glória Teixeira relembrou de uma frase da atriz brasileira e a relacionou com os monumentos que levam o nome da artista.
“Dulcina dizia que uma pessoa só morre caso ela seja completamente esquecida e que todas as vezes que o nome dessa pessoa é pronunciado, ela renasce. Dulcina de Moraes não pode, não deve e não será esquecida. Ela só morrerá se o teatro Brasileiro morrer. Enquanto houver um estudante de artes cênicas, ele necessariamente terá que saber quem foi e é Dulcina”, declarou.
Escola Dulcina de Moraes e Fundação Brasileira de Teatro
A exibição do filme, mesmo quatro anos depois de sua realização, continua inédita. Isso porque Glória optou por pular a parte dos cinemas, já que a pandemia deixou as salas vazias e não topou o valor oferecido pelas TVs à cabo. Ela, agora, tenta colocá-lo na Rede Nacional de Ensino.
“Acredito que o filme, uma vez visto por autoridades e empresários, possa servir como uma apresentação da Dulcina e, consequentemente, um alerta para a importância dela no contexto artístico, cultural e educacional do país. O que me interessa é que as pessoas que não conhecem a Dulcina, passem a conhecê-la”, encerrou.
Dulcina, de Glória Teixeira
Neste domingo (27/8), às 16h40, no Cine Brasília (106/107 sul). Entrada Franca. Veja a programação completa clicando aqui.