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Exposição Temos Nosso Próprio Tempo resgata memória do rock nacional

Em entrevista ao Metrópoles, o curador Ricardo Retz defende o cenário atual de bandas independentes e reclama da falta de espaços para shows

atualizado

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Luciana Ribeiro/Divulgação
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Na década de 1980, o centro político do país serviu de terreno fértil para a rebeldia contestadora de jovens como Renato Russo e viu nascer o embrião de bandas responsáveis por ditar a identidade do rock nacional. Agora, a memória desse período, que deu à cidade projetada por Lucio Costa o título de Capital do Rock, é tema da exposição Temos Nosso Próprio Tempo, em cartaz a partir desta quinta-feira (17/5), às 10h, na Casa da Cultura (Guará II).

Na mostra, os visitantes poderão conferir acervo que compreende desde as primeiras fitas piratas de grupos como Aborto Elétrico, Legião Urbana e Plebe Rude e imagens dos históricos shows na Colina até os vinis recordes de venda por todo o Brasil. “A ideia principal é resgatar essa história por meio da experiência do contato das pessoas com esse material”, ressalta Ricardo Retz, curador da exposição.

O acervo integra a coleção de Ricardo Retz, produtor cultural e entusiasta da cena rock brasiliense há mais de 20 anos. “Eu comecei em 2000, ia de porta em porta aqui no Guará pedindo vinis. E as pessoas davam. Lembro que, só com essas doações, consegui 8 mil discos”, relembra. Além dos álbuns, o espaço receberá flyers, cartazes de show, fitas piratas, demos, CDs e fanzines. O público poderá, ainda, assistir a momentos raros registrados em fitas VHS de apresentações realizadas à época.

Luciana Ribeiro/Divulgação
“A cena rock independente de Brasília continua tão forte quanto na década de 1980, a diferença é que, atualmente, não temos tanto espaço nas rádios FMs”


Cena autoral
Com um cenário tão caótico quanto o de 30 anos atrás, a política permanece sendo um prato cheio para os músicos autorais da cidade. “O rock continua de protesto, a gente vê bandas com letras incríveis, mas por falta de visibilidade, só conhece quem vai aos shows”, acredita Retz.

Para o produtor, além de ritmos como o funk e sertanejo estarem em alta, algumas boates do segmento investem mais em apresentações de covers. “Quem tem trabalho autoral não tem onde tocar. Acredito que essa preferência seja uma demanda do próprio público”, ressalta. “Brasília sempre será a capital do rock. A cena continua fervendo”, conclui o idealizador do Museu da Música.

 

Exposição Temos Nosso Próprio Tempo
De quinta-feira (17/5) a 14 de junho de 2018, na Casa da Cultura (Guará II). Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h. Informações: (61) 98471-3178. Entrada franca. Classificação indicativa livre

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