Exposição polêmica “Queermuseu” será reaberta no Rio de Janeiro
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, instituição tradicional do Rio, receberá a mostra em 2018
atualizado
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Fechada com antecedência no Santander Cultural de Porto Alegre (RS), a polêmica exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” será reaberta no Rio de Janeiro (RJ), no início de 2018. Ela será abrigada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, tradicional espaço de exposições e centro de ensino carioca.
O contrato já foi assinado, mas ainda não há uma data definitiva para a abertura da mostra. Por contar com mais de 270 obras feitas por 85 artistas brasileiros, a “Queermuseu” deve ocorrer nas cavalariças do Parque Lage, o maior espaço expositivo da instituição.A informação foi dada por Gaudêncio Fidelis, curador da Queermuseu, em primeira mão ao Metrópoles. “Trata-se de uma exposição extremamente relevante. É a quarta no mundo e a primeira na América Latina sobre a temática queer“, explica.
Polêmica
A exposição foi fechada após intensa campanha do Movimento Brasil Livre (MBL), que a acusou, nas redes sociais, de blasfêmia e de fazer apologia à zoofilia e à pedofilia. As peças apresentavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade.
Entre os artistas, havia nomes consagrados como Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Clóvis Graciano, Ligia Clark e Leonilson. O evento foi viabilizado por meio da captação de R$ 800 mil da Lei Rouanet.
Conheça algumas das obras que fazem parte da exposição:
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" Travesti da Lambada e Deusa das Águas", uma das obras polêmicas Divulgação
queermuseu 2 pedro americo busto de jovem 1889
“Busto de Jovem” (1889), de Pedro Américo Reprodução
queermuseu silvia giordani la femme 4 2011
"La Femme 4" (2011), de Silvia Giordani Reprodução
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"Sem Título" (1910), de Angelina Agostini Reprodução
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"Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva" (1994), de Fernando Baril Reprodução
queermuseu 2 paulo osir imigrante lituano 1930
“Imigrante Lituano” (1930), de Paulo Osir Reprodução
queermuseu marcos chaves sem nome 2001
"Sem Nome" (2001), de Marcos Chaves Reprodução
queermuseu 2 ataque automatico 1985 milton kurtz
“Ataque Automático” (1985), de Milton Kurtz Reprodução
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"Cena de Interior II" (1994), de Adriana Varejão Reprodução
queermuseu roberto cidade cristo nosso de cada dia 1978
"Cristo Nosso de Cada Dia" (1978), de Roberto Cidade Reprodução
queermuseu odires mlászho the dynamics of change 2011
"The Dynamics of Change" (2011), de Odires Mlászho Reprodução
queermuseu 2 otto sulzbach sem título 2011
"Sem Título" (2011), de Otto Sulzbach Reprodução
queermuseu 2 oxumaré 1980 nelson boeira faedrich
“Oxumaré” (1980), de Nelson Boeira Faedrich Reprodução
queermuseu felipe scandelari last resort 2016
"Last Resort" (2016), de Felipe Scandelari Reprodução
queermuseu 2 lygia clark cabeça coletiva 1975
"Cabeça Coletiva" (1975), de Lygia Clark Reprodução
queermuseu 2 eugenia rolim trasque traque 1991
"Trasque Traque" (1991), de Eugênia Rolim Reprodução
queermuseu cibelle cavalli bastos is a feeling 2013
"Is a Feeling" (2013), de Cibelle Cavalli Bastos Reprodução
A polêmica gerada foi tanta que diversos representantes do Ministério Público do Rio Grande Sul visitaram a “Queermuseu”. Eles averiguaram que as obras de arte não faziam apologia à pedofilia ou a qualquer outro crime, e pediram a reabertura da mostra. O Santander não acatou a solicitação, no entanto.
A exposição recebeu novo veto neste mês. O Museu de Arte do Rio (MAR) cogitou receber a mostra, porém o prefeito Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal, foi contra e impediu a realização da exposição no espaço.
