Retrospectiva 2018 no cinema: os 10 melhores filmes do ano
Seleção do Metrópoles reúne lançamentos independentes que marcaram a temporada nas salas de exibição e nas plataformas de streaming
atualizado

O ano de 2018 foi bastante diversificado para quem gosta de cinema. A começar pelos múltiplos canais de lançamento: das salas de exibição às plataformas de streaming, cada vez mais atentas à sétima arte. O Metrópoles reúne, na lista abaixo, dez dos melhores filmes que estrearam no Brasil ao longo da temporada.
A seleção procura ser o mais variada possível, com produções de apelo comercial e do circuito independente. Da sempre arrojada cena francesa, escolhemos os novos títulos dos geniais Philippe Garrel e Claire Denis, autores de Amante por um Dia e Deixe a Luz do Sol Entrar, respectivamente. Temas sociais aparecem no terror nacional As Boas Maneiras, da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, e no thriller de espionagem Infiltrado na Klan (foto no alto), de Spike Lee.
Confira, em ordem alfabética, os 10 melhores filmes de 2018:

Amante por um Dia. No novo filme do mestre Philippe Garrel (O Ciúme), uma jovem volta a morar com o pai após um término traumático. Na casa, conhece a nova namorada dele, que tem a sua idade. Um drama autêntico sobre a força da amizade feminina. Veja trailer Divulgação

Antes que Tudo Desapareça. Uma fusão de Body Snatchers com Starman dirigida pelo japonês Kiyoshi Kurosawa, um mestre em entortar gêneros. Um filme de invasão alienígena ao mesmo tempo explosivo e contido, universal e particular, filosófico e cinético. Veja trailer Divulgação

Baahubali 2: A Conclusão. Com mais personalidade visual do que os filmes de heróis da Marvel e da DC ou séries épicas como Game of Thrones, a saga indiana chega ao desfecho e foi lançada no Brasil direto na Netflix. Enfático no melodrama e inclinado a emoções folhetinescas, A Conclusão explica a ruptura familiar que culminou na tentativa de assassinato do bebê Baahu, destinado a grandes feitos na juventude. Leia artigo e veja trailer Divulgação

As Boas Maneiras. Dirigido pela dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, de Trabalhar Cansa (2011), o longa conta uma história de fantasia ambientada em São Paulo sobre uma criança com poderes especiais. Nas entrelinhas, surge uma crônica potente sobre abismos sociais no Brasil. Leia crítica e veja trailer Rui Poças/Divulgação

Confronto no Pavilhão 99. Com grande atuação de Vince Vaughn, o novo filme de S. Craig Zahler (Rastro de Maldade) mistura porradaria em presídio e violência gore para comentar os horrores do sistema prisional norte-americano. Uma genuína descida ao inferno. Lançado em plataformas como YouTube e em DVD. Veja trailer Divulgação

Deixe a Luz do Sol Entrar. Na primeira parceria entre a atriz Juliette Binoche e a diretora Claire Denis (Bom Trabalho), seguimos uma mulher de meia-idade tentando viver uma grande paixão em Paris. Apesar da enganosa aparência de leve romcom francesa, desenha-se um sofisticado conto sobre amor, suas ilusões, delícias e decepções. Veja trailer Divulgação

Infiltrado na Klan. Baseado em fatos, o novo filmaço do diretor de Faça a Coisa Certa (1989) usa as artimanhas de uma história de espionagem para comentar o racismo dos anos 1970 e seus inegáveis paralelos com os EUA atuais. Filho de Denzel, John David Washington entrega uma das melhores atuações do ano. Veja trailer Focus Features/Divulgação

Lady Bird: A Hora de Voar. Dirigida por Greta Gerwig, estrela de Frances Ha (2012), a dramédia adolescente acompanha a passagem da personagem-título (Saoirse Ronan) para a vida adulta. Um lindíssimo filme sobre mãe e filha, encontrar seu espaço no mundo e lidar com pressões (pessoais e familiares). Leia crítica e veja trailer Divulgação

O Outro Lado do Vento, de 1970: o canto do cisne de Orson Welles (Cidadão Kane), morto há mais de 30 anos, finalmente ganhou forma e lançamento em 2018, pela Netflix. Um filme febril sobre cinema, pulsão criativa e as mazelas de ser autor em Hollywood por meio de um cineasta veterano (vivido por John Huston) de volta à indústria americana para dar seu último grito Reprodução/YouTube

Projeto Flórida. A poucos quilômetros dos parques da Disney, em Orlando, a instável Halley (Bria Vinaite) e sua filhinha de seis anos, Moonee (Brooklynn Prince), representam o lado B da América. Vidas à margem, sobrevivendo, sofrendo e se divertido. O olhar de Sean Baker consegue ser imaginativo, sem jamais esbarrar em lugares-comuns realistas do cinema indie. Veja trailer Divulgação