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Oscar 2017: Disney domina animações, mas há espaço para alternativos

“Zootopia”, favorito ao Oscar, e “Moana” mostram predominância do estúdio na categoria. Dois franceses correm por fora

atualizado

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Disney/Divulgação
Zootopia, filme, animação
1 de 1 Zootopia, filme, animação - Foto: Disney/Divulgação

Se Disney é sinônimo de animação de sucesso de Hollywood, a máxima também vale para o Oscar. Desde que a categoria de melhor filme animado foi criada, em 2001, o estúdio é dominante. Já venceu 10 estatuetas e, contando seus dois longas indicados em 2017 (o favorito “Zootopia” e “Moana”), acumula 20 menções.

Apesar de ser dona de um acervo gigantesco de animações, de “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) a “O Rei Leão” (1994), a Disney teve que se reinventar nos anos 2000. Justamente na era do Oscar da categoria.

Quando adquiriu a Pixar, em 2006, o Walt Disney Animation, selo clássico responsável por animações no estúdio, também assimilou uma mudança de estética e sentido. Aos poucos, abandonou o traço tradicional e aderiu de vez aos desenhos feitos graficamente.

O Oscar ajuda a entender o quanto esse domínio da Disney é mais complexo do que parece. A Pixar já venceu a estatueta oito vezes e perdeu apenas em dois anos. Já dominava a categoria antes de virar uma subsidiária do estúdio.

Mesmo respeitado, o Walt Disney Animation só abocanhou o ouro com animações que se parecem com os títulos da Pixar: “Frozen” (2013), um conto de fadas que tenta fugir dos clichês, e “Operação Big Hero” (2014), adaptação dos quadrinhos da Marvel (outra forte marca sob o guarda-chuva da corporação).

Em 2017, a Walt Disney Animation venceu a tal “disputa familiar”. “Procurando Dory”, da Pixar, foi bem de crítica e público, mas viu “Moana” e “Zootopia” conquistarem a preferência da Academia entre os indicados.

E as animações alternativas?
A DreamWorks é o unico estúdio que tenta fazer frente aos lançamentos da Disney. Pelo menos nas bilheterias. Já obteve 11 indicações, mas apenas uma vitória, com “Shrek” (2001). Quem gosta de animação sabe que uma das melhores coisas do Oscar é o poder de revelar títulos alternativos e feitos longe de Hollywood.

“O Menino e o Mundo”, primeira animação brasileira indicada ao Oscar, serviu para mostrar que animações fora do circuito Estados Unidos-Europa-Ásia também merecem atenção de premiações, críticos e plateias.

No meio alternativo, o estúdio japonês Ghibli é imbatível. Desde os anos 1980, seus filmes são objetos de adoração cinéfila. E também chegam ao Oscar: seis indicações e uma vitória com “A Viagem de Chihiro” (2001).

Em hiato criativo desde a aposentadoria do mestre Hayao Miyazaki, o selo cofinanciou a animação francesa “A Tartaruga Vermelha”, longa do holandês Michaël Dudok de Wit que disputa o Oscar 2017.

Também da França vem outro postulante à estatueta: “Minha Vida de Abobrinha”, de Claude Barras. Quando se fala em animações europeias, aliás, é impossível não citar o estúdio Les Armateurs, dono do cultuado “As Bicicletas de Belleville” (2003), outro não americano indicado ao prêmio.

Ainda na Europa, a britânica Aardman é conhecida pelos desenhos estruturados pela técnica stop-motion e realizados com bonecos de massinha. Aos poucos, o estúdio de “Wallace & Gromit” (Oscar em 2005) também enveredou pelo digital, mas manteve sua autenticidade com “Piratas Pirados!” (2012) e “Shaun: O Carneiro” (2015).

Voltando aos Estados Unidos, a Laika representa a força do cinema indie entre as animações. “Kubo e as Cordas Mágicas”, indicado em 2017, também conquistou uma rara menção na categoria de efeitos visuais. Entre outros atributos, costuma se arriscar numa seara mais fantástica e sombria. Tanto que seu filme mais popular é “A Noiva Cadáver” (2005), de Tim Burton.

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