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Jean Cocteau, do primeiro “A Bela e a Fera”, é tema de mostra no CCBB

Evento reúne 23 filmes, entre trabalhos escritos e dirigidos pelo diretor francês e obras influenciadas por sua carreira de artista múltiplo

atualizado

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A Bela e a Fera (La Belle et la Bête), Jean Cocteau, 1946
1 de 1 A Bela e a Fera (La Belle et la Bête), Jean Cocteau, 1946 - Foto: Divulgação

Jean Cocteau, uma das figuras mais múltiplas e inquietas da arte francesa no século 20, é tema da mostra retrospectiva “O Testamento de um Poeta”, no Centro Cultural Banco do Brasi (CCBB). A partir desta quarta (22/3), uma seleção de 23 filmes exibe tanto trabalhos escritos e dirigidos pelo realizador quanto longas de outras épocas influenciados pelo poeta, dramaturgo e cineasta, como “Hiroshima, Meu Amor” (1950) e “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964).

O timing da mostra é certeiro. Cocteau, entre as várias obras que dirigiu e principalmente escreveu, foi o primeiro cineasta a adaptar “A Bela e a Fera” para o cinema, em 1946. Com exibição em película (35mm), o longa dá uma boa oportunidade para o público comparar a fábula sombria de Cocteau ao musical da Disney em cartaz nos cinemas.

Filmes dirigidos ou escritos por Jean Cocteau:

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Cocteau transitava entre círculos artísticos distintos: de Pablo Picasso e Coco Chanel a influenciador da Nouvelle Vague. Morreu em 1963, mas foi uma espécie de mentor para a geração sessentista de Jean-Luc Godard e François Truffaut. O curador da mostra, Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida, o vê como “padrinho”.

“Aquela geração se voltou contra um cinema francês que eles viam como acadêmico, calcado em adaptações literárias. Eles viam no Cocteau um oposto disso, um diretor que flertava com as vanguardas e fazia filmes ensaísticos”, diz Almeida.

Alguns filmes da mostra influenciados por Jean Cocteau:

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Cocteau dirigiu apenas 11 filmes (sendo 2 curtas), porém, acumulou mais de 90 créditos como roteirista e autor de obras adaptadas por outros cineastas. No começo da carreira, Jacques Demy interpretou a peça “A Bela Indiferente” para um curta de 1957. Em 1948, Roberto Rossellini verteu “A Voz Humana” em um dos dois segmentos de “O Amor”.

Almeida considera a trilogia do Orfeu como a melhor porta de entrada para o cinema de Cocteau: “Sangue de um Poeta” (1932), “Orfeu” (1950) e “O Testamento de Orfeu” (1960). No filme que fecha o ciclo, “ele coloca o poeta como personagem principal”, reforça o curador.

“Só que não dá para saber o que é, digamos, um documentário da vida dele e o que ele está criando a partir da vivência”, explica.

“Jean Cocteau: O Testamento de um Poeta”
De quarta (22/3) a 17 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB (Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, lote 22, 3108-7600). R$ 10 (entrada) e R$ 5 (meia). Debate com entrada franca em 13 de abril. A classificação indicativa varia de acordo com os filmes

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