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Influencer critica abordagem preconceituosa em filme de Leandro Hassum

Juliana Caldas afirma ter se sentido mal após assistir Amor Sem Medidas, da Netflix: “A pauta do nanismo não é levada a sério”

atualizado

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Netflix/Reprodução
Amor Sem Medidas RED
1 de 1 Amor Sem Medidas RED - Foto: Netflix/Reprodução

Juliana Caldas, atriz que se destacou em O Outro Lado do Paraíso (2017) — como Estela, filha não aceita pela mãe, Sophia (Marieta Severo), por ser anã —, manifestou seu repúdio à abordagem dada ao tema nanismo no filme Amor Sem Medida, da Netflix, estrelado por Leandro Hassum e Juliana Paes. Em uma série de stories, divulgados nesta quarta-feira (1/12), a influenciadora sinalizou que a produção reforça preconceitos sobre pessoas com deficiência (PcD).

“Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo… o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuiram [o Hassum] em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara… não dá para aceitar hoje em dia. Se fossem piadas racistas, homofóbicas, gordofóbicas, eu acredito que talvez esse assunto estaria sendo levado mais a sério”, Juliana.

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A atriz confessou ter se sentido mal após assistir ao filme. “Porque o filme é de humor… Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitista e preconceituosa. E não dá assim. Não dá mais para aceitar hoje mais um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe? No caso, né, da deficiência do nanismo. O nanismo é considerado uma deficiência. Aí você rir disso hoje em dia não dá mais para aceitar. Eu não consigo, queria entender, realmente, se as pessoas sabem o que significa empatia”, questiona.

Juliana concluiu o desabafo dizendo que não conseguiu ver o filme até o final. “Porque não dá, sabe? Aí você pode questionar  aí, né? ‘Mas você também fez um trabalho que seu personagem ouvia barbaridades’ [referindo-se à personagem Estela de O Outro Lado do Paraíso]. Mas, na minha opinião, não se dava margem e abertura para rir disso. Pelo contrário. Dava abertura de você questionar, sim, sobre muitas coisas e para pensar o quanto isso fere o próximo”.

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