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Crítica: “It: A Coisa” se apoia na nostalgia para adaptar Stephen King

Novo filme baseado na obra-prima literária segue sete crianças que lutam contra entidade personificada pelo palhaço Pennywise

atualizado

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Warner Bros./Divulgação
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1 de 1 it a coisa - Foto: Warner Bros./Divulgação

Na era do fetichismo nostálgico, nada mais esperado que “It: A Coisa”, novo filme baseado na obra-prima de Stephen King, também entrasse nas raias da saudade. Em vez do fim dos anos 1950, como descrito no livro, o longa prefere o verão de 1989. O primeiro “Batman”, de Tim Burton, passa nos cinemas, e um dos protagonistas tem um pôster de “Gremlins” no quarto.

Sete crianças da fictícia Derry, no Maine, unem forças, mentes e, sim, até seus traumas (problemas com os pais, violência doméstica, hipocondria, racismo, luto) para conter as ameaças do palhaço Pennywise (Bill Skarsgard, macabro à beça), a entidade sobrenatural que se alimenta dos medos das crianças e habita os esgotos da região.

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O diretor argentino Andrés Muschietti saiu de “Mama” (2013), um primeiro longa apadrinhado por Guillermo del Toro (um dos muitos cotados para dirigir “It”), para adaptar um dos livros mais adorados e respeitados de Stephen King, mestre em contar histórias de terror e fantasia.

“It: A Coisa” tem seus melhores momentos na dinâmica do Clube dos Otários, o grupo de amigos formado durante as férias por seis garotos e uma menina, Beverly Marsh (Sophia Lillis), mais madura e forte que qualquer um dos moleques.

A cidade dos pesadelos
Muschietti até usa bem o gore a serviço das interações violentas entre Pennywise e a garotada, que se junta após cada um viver e contar suas próprias experiências com a Coisa. Um viu uma múmia, outro uma mulher saindo de um quadro. O banheiro de Bev ficou tingido de vermelho após uma erupção de sangue com epicentro no ralo da pia.

Ao mesmo tempo, Muschietti recorre a truques batidos do terror contemporâneo: sustos movidos pela trilha sonora, câmera tremida nos ataques do palhaço e uma extravagância carnavalesca na construção dos monstros que mira em Del Toro, mas acerta no James Wan de “Invocação do Mal” – a comparação não é por demérito, mas serve para mostrar como “It” carece de voz própria.

Superior à risível versão lançada em formato de minissérie em 1990 – afinal, agora dá para sentir medo de Pennywise –, “It: A Coisa” não deixa de ser um produto típico da era nostálgica em que vivemos. Tanto que a filiação mais óbvia do filme é com a série “Stranger Things”, manufatura da saudade oitentista que, entre outras coisas, tem King e o livro “It” como algumas de suas principais referências pop.

Resta especular se o próximo filme, que deverá priorizar o retorno dos Otários, já adultos, a Derry, conseguirá organizar com mais eloquência a tradução visual da obra com escolhas menos genéricas e mais particulares.

Avaliação: Regular

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