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Crítica: “Gênios do Crime” tem diálogos pobres e situações grosseiras

Filme reconta com toques de humor debilóide a história real de crime histórico que resultou no roubo de US$ 17 milhões em meados dos anos 1990

atualizado

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Gênios do Crime
1 de 1 Gênios do Crime - Foto: Divulgação

No início dos anos 1950, indignados com o espelho que o cineasta Billy Wilder estampou nas telas do cinema com o drama, “A Montanha dos Sete Abutres”, boa parte da crítica rilhou os dentes. “O que ele quer provar? Que os americanos são um bando de otários, fáceis de tapear e propensos à histeria de massa?”, esbravejou um deles.

Tudo porque no filme Kirk Douglas vive um jornalista mau-caráter que faz metade da América de boba — enquanto chama a outra metade de sádica –, ao prolongar, propositalmente, o suplício de um sujeito soterrado numa caverna. Tudo isso só para vender mais jornal e ganhar prestígio. O tema do filme até hoje é seríssimo.

Pois bem, hoje em dia, os produtores de filmes em Hollywood e no Brasil imbecilizam o público como se fossem “um bando de otários fáceis de tapear” com histórias medíocres, rasas. A galera, que paga por isso, ainda deixa a sala de cinema rindo pelas paredes. Um exemplo crasso dessa dominação rasteira no cinema comercial é a comédia “Gênios do Crime”.

Fórmula que não dá mais liga
É o velho resgate de fórmula que não dá mais liga, mas que ainda faz público. Ou seja, a do humor besteirol grosseiro. No elenco, nomes conhecidos da comédia americana surgem nas telas para recontar com toques de humor debilóide a história real de um crime histórico que resultou no roubo de US$ 17 milhões em meados dos anos 1990.

Na trama, Zach Galifianakis é David, empregado apatetado de uma empresa de carros-fortes que entra nessa roubada. Tudo começa quando, Kelly (Kristen Wiig), a colega de trabalho por quem ele é apaixonado, é demitida. Ela agora vive com uma turma da pesada chefiada pelo trambiqueiro de mão cheia Steve (Owen Wilson), que quer fazer uso do conhecimento deles dos meandros da empresa para roubar um caminho inteiro de dólares.

O que eles fazem a custo de muita atrapalhada. Mas quem só apareceu diante das câmeras é David, que foge sozinho para o México. A confusão é armada quando Steve tenta tirá-lo da jogada o denunciando para a Interpol.

Diálogos pobre e situações grosseiras
Dois dos rostos novos da comédia americana, Zach Galifianakis e Owen Wilson não têm, por exemplo, a mesma sofisticação hilária de um Steve Martin, muito menos os filmes que fazem têm a elegância escrachada das histórias impagáveis do genial mestre do riso Mel Brooks. Às vezes eles acertam, mas não é o caso aqui.

Fútil e desnecessário, a linha de “Gênios do Crime” é o da vulgaridade banal, com situações cheias de piadas sujas e não apenas no sentido metafórico, como mostra a sequência da piscina. Com seu visual de roqueiro farofa, Zach Galifianakis até se esforça para ser divertido entre uma cena e outra, mas não há destreza cômica que resista à pobreza de um roteiro que parece ter sido escrito por adolescentes sem talento.

Comédias do gênero só são uma realidade nos cinemas em todo mundo porque existe mercado. Talvez porque ninguém anda lustrando o espelho que são as telonas. Há filmes que não merecem nem uma estrela. Uma total perda de tempo, “Gênios do Crime” é um deles.

Cotação: Ruim

Confira salas e horários de “Gênios do Crime”.

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