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Crítica: “Axé: Canto do Povo de um Lugar” analisa fenômeno musical

Documentário sobre o axé analisa auge e declínio do estilo musical que nasceu na Bahia e ganhou o Brasil

atualizado

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Axé o canto do povo de um lugar
1 de 1 Axé o canto do povo de um lugar - Foto: Divulgação

Moradores de Brasília se lembram bem. Nos anos 1990 e começo dos 2000, micaretas embaladas por Chiclete com Banana, Asa de Águia e Ivete Sangalo bombavam na cidade. Aos poucos, os eventos foram perdendo força e se concentrando em nichos saudosistas. A trajetória de ascensão repentina do ritmo é o tema do documentário “Axé — O Canto do Povo de Um Lugar”, de Chico Kertész.

O filme traz entrevistas com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Claudia Leitte, Carlinhos Brown e outros grandes nomes da música baiana. A história do axé é recontada por quem participou do movimento, incluindo membros da indústria fonográfica, como Wesley Rangel, da gravadora WR — responsável por lançar os principais artistas do gênero.

“Axé — O Canto do Povo de Um Lugar” pode ser visto de duas formas. Os “axezeiros”, certamente, vão se deliciar em uma viagem nostálgica que passa por Luis Caldas e termina na swingueira. Um deles é Caetano Veloso, que, ao falar do Harmonia do Samba, dispara: “Tudo que vem deles é maravilhoso”.

No entanto, um olhar mais crítico, permite enxergar a crítica social do documentário. Os entrevistados que não chegaram ao mainstreaming da indústria fonográfica nacional deixam claro essa posição. Por exemplo, o maestro Letieres Leite. “Vieram aqui, exploraram a arte do povo e não entregaram nada à comunidade”, opina.

Apesar de não falar explicitamente, o documentário demonstra o “branqueamento” da axé music. Surgido nos blocos afro, espalhados pela rua de Salvador, o ritmo conquista o Brasil quando cai na voz de artistas como Bell Marques, Luiz Caldas e Daniela Mercury.

A força de “Axé — O Canto do Povo de Um Lugar” reside, justamente, na crítica sútil que faz à indústria do carnaval, que transformou a cultura popular em um caça níquel. A postura do documentarista, que, inclusive, confronta a estrela Ivete Sangalo, acena que esse era o resultado almejado.

Fãs e críticos do axé devem assistir a essa obra que fala abertamente sobre um dos mais renegados (e interessantes) estilos da MPB.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Axé: Canto do Povo de um Lugar”.

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