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Crítica: Albatroz se perde ao tentar ser um blockbuster conceitual

O longa nacional tinha tudo para ser um clássico cult com um elenco de peso, mas o frágil roteiro não colaborou

atualizado

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Aline Arruda/Divulgação
STILL ‘ ALBATROZ ‘
1 de 1 STILL ‘ ALBATROZ ‘ - Foto: Aline Arruda/Divulgação

Albatroz tinha tudo para dar certo: roteiro, direção, elenco, produção. Escrito por Bráulio Mantovani, o roteirista de Cidade de Deus (2002) e de Tropa de Elite (2007) e dirigido por Daniel Augusto, o cineasta por trás de Não Pare na Pista: A Melhor História de Paulo Coelho (2014), o longa da Globo Filmes foge completamente do catálogo da produtora, tenta ser um blockbuster cult e morre na praia.

Com um roteiro que leva propositalmente do nada ao lugar nenhum e com uma edição confusa, o filme é uma gigantesca salada conceitual, trabalhando com temas que vão desde a doença toxoplasmose até o conflito entre Israel e Palestina. Nada disso importa, no entanto: o roteiro busca uma imersão sinérgica nos conflitos de seu protagonista, Simão (Alexandre Nero), e acaba se perdendo em meio a tantas temáticas diferentes.

Em certa medida, as guinadas improváveis no roteiro são de dar medo em qualquer cinéfilo. Em diversos momentos, o espectador se pega pensando no pior cenário possível: vai ser tudo um sonho. Felizmente, o arquétipo de final mais hediondo da história da sétima arte não se confirma em Albatroz, embora esta seja uma interpretação possível do desfecho.

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Com atuações fantásticas – Maria Flor e Camila Morgado brilham no terceiro ato do longa, e Andréa Beltrão nada de braçada em sua personagem, a escritora Alícia – e com um uso muito poético e cuidadoso das cores nos quadros, o problema em Albatroz é que a trama não se costura. Se tentarmos montar uma história linear deste roteiro, no final, o ciclo não se fecha.

A intenção do longa é, de fato, negar – ou, no mínimo, questionar – a realidade. Mas ao mesclar inúmeros elementos conceituais e ao borrar a fronteira entre o real e o imaginário, é preciso unir as pontas e levar o espectador a algum lugar. A impressão é que o roteirista não sabia bem o que fazer e deixou o final em aberto. Nada de mal haveria nisso, se as opções de interpretação não fossem absolutamente todas as possíveis, impossíveis, prováveis e improváveis. É preciso ter um norte.

Avaliação: Regular

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