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Crítica: A Maldição da Chorona traz folclore mexicano à saga Invocação

Longa é o sexto filme da franquia e se passa na Los Angeles dos anos 1970, quando uma entidade maligna assombra uma mãe e seus dois filhos

atualizado

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Warner Bros./Divulgação
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1 de 1 a maldicao da choronawarner 1 - Foto: Warner Bros./Divulgação

A Maldição da Chorona, novo e sexto filme da franquia Invocação do Mal, leva para a saga de terror mais popular do momento uma famosa lenda do folclore mexicano. Tempos atrás – o longa situa a origem da personagem no século 17 –, uma mãe afogou seus dois filhos num rio. Perturbada, chora e lamenta sem parar enquanto procura por suas crias.

Saltamos centenas de anos até chegar na década de 1970, em Los Angeles. A assistente social Anna (Linda Cardellini, vista recentemente no vencedor do Oscar Green Book) encontra evidências estranhas ao investigar a problemática família de Patricia (Patricia Velasquez), mãe de dois filhos. As crianças foram encontradas trancadas num armário e com feridas nos braços.

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A Chorona (Marisol Ramirez): nova entidade da franquia de terror Invocação do Mal

 

Aos poucos, Anna percebe ter se tornado alvo da Chorona (Marisol Ramirez), uma entidade sobrenatural que aterroriza sobretudo as crianças. A assistente também é mãe de dois filhos e cuida da casa sozinha após a morte do marido policial, anos antes.

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Michael Chaves, diretor do filme e estreante em longas, busca o tempo todo uma filiação visual aos dois Invocação do Mal, o principal eixo da franquia. Não por acaso, foi escolhido para comandar Invocação 3, a ser lançado em 2020.

Isso também ocorreu em outros spin-offs da saga, como Annabelle e o recente A Freira: ambientações de época sombrias, algo góticas, em casas mal-assombradas, uma sutil sugestão de “caso real adaptado para cinema” e até movimentos de câmera angulosos e bruscos parecidos com os de James Wan (Aquaman), diretor de Invocação e produtor da saga – ele surgiu com Jogos Mortais (2004).

A Chorona, o filme, parece perder tempo demais com uma parca atmosfera de horror que jamais decola e sustinhos fáceis movidos por acordes de trilha sonora – os infames jump scares, aqueles que levantam o espectador desavisado do assento.

A história melhora consideravelmente no terço derradeiro, quando finalmente vemos o imaginário mexicano invadir a trama por meio de Rafael (Raymond Cruz), um ex-padre e curandeiro que ajuda Anna a conter as investidas do espírito maligno.

Em vez de simples reza brava e palavras de exorcismo, Rafael usa todo um catálogo de crendices e rituais para afastar a Chorona. Passar ovos nos umbrais das portas em busca de sinais, por exemplo, entre outras medidas protetivas.

No fim das contas, A Maldição da Chorona é mais um subproduto de Invocação do que propriamente um spin-off com vida própria. Deve dar boa bilheteria, seguindo os outros “anexos” da franquia, Annabelle e A Freira – ambos têm novas sequências na agulha, sem falar no filme solo do Crooked Man. Resta saber se caberá a Invocação 3 renovar sustos e apuros de um universo que começou tão promissor há apenas seis anos e já soa repetitivo e desgastado.

Avaliação: Regular

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