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Violência contra mulher: queda no número de denúncias preocupa DF

Grupo de Trabalho é criado e produzirá relatório sobre o assunto após a fase de isolamento social

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 deam - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) vê com preocupação os números da violência contra a mulher. De acordo com a pasta, informações preliminares não deixam clara a situação em tempo de restrições de circulação, em razão do estado de emergência na saúde pública por causa da pandemia de coronavírus.

Em Brasília, os levantamentos apontam em direções opostas. Registros de todos os tipos de violência da própria Secretaria da Mulher indicam números mais baixos. Nos Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica foram reportados 430 casos em fevereiro, contra 387 em março.

Já os Centros Especializados de Atendimento à Mulher registraram queda de 30% nos atendimentos de março em comparação com fevereiro. A Casa Abrigo, que recebe vítimas sob grave risco de vida e filhos menores também recebeu 25% menos mulheres no último mês.

Por outro lado, no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), 1.010 medidas protetivas em caráter de urgência foram decretadas em março, quando tiveram início as medidas restritivas. No mês anterior, o número chegou a 887. Ou seja, acréscimo de 13,8%.

Dados anteriores mostram que 65% das notificações de violência no DF são intrafamiliares. E a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou desde o início das quarentenas pelo mundo da possibilidade de aumento de até 20%.

Segundo a secretária Ericka Filippelli, essa hipótese motivou a pasta a lançar um número de Whatsapp para receber comunicações de agressão e formular novos protocolos de atendimento para a quarentena.

“Dados comprovam que mais de 70% das vítimas de feminicídio não conseguiram denunciar à tempo, não chegaram até a delegacia. Há uma resistência da mulher para denunciar. Nosso receio é que ele aumente ainda mais. Pelo medo de sair de casa, de pegar um transporte público, de saber se vai ser atendida ou não, e até mesmo pelo controle e convívio com o agressor”, afirma Ericka.

Vítimas de violência doméstica poderão registrar ocorrência pela internet. É possível fazer a denúncia pelo WhatsApp (61) 98626-1197 e pelo Disque-Denúncia 197, opção 3, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Enquanto a campanha de atendimento diferenciado em consequência das restrições de trabalho dos servidores por causa da Covid-19 continua, com o slogan “Mulher, você não está só”, a pasta prepara o pós-confinamento. Para tanto, publicou no Diário Oficial do DF (DODF) de terça-feira (28/04) uma portaria criando de um Grupo Técnico composto de sete integrantes da Secretaria, para monitorar as ações.

Veja o texto:

O grupo deverá, 30 dias após o fim do isolamento social determinado pelo GDF, produzir um relatório de conclusão, avaliando não só o desempenho dos diferentes serviços durante o período de pandemia mas também as medidas e eventuais melhorias a implementar no combate à violência contra a mulher.

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