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Vagas para estagiários crescem 30% e “novinhos” até escrevem livro no DF

Para especialistas, retomada da economia dá chance aos estudantes. Na capital, escritório de advocacia publica obra com textos de novatos

atualizado

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Istok
University students doing group study
1 de 1 University students doing group study - Foto: Istok

A pandemia do novo coronavírus não dá sinais de que vá terminar tão cedo. A retomada da economia, porém, não pode esperar e indica recuperação, mesmo que lenta. E um dos setores que mostra essa recuperação na procura por estagiários. No Distrito Federal, por exemplo, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) teve aumento de 30% no número de novas vagas nos últimos 30 dias.

No site da instituição, há 330 vagas disponíveis para estudantes matriculados nos cursos de informática, educação física, direito, administração de empresas; contabilidade; engenharia (civil, ambiental, sanitária, elétrica), enfermagem, fisioterapia e psicologia, entre outros.

Elenilson Arara, supervisor do CIEE Brasília, admite que muitos setores desaceleram as contratações por causa da Covid-19. Mas a tendência é de virada na situação. “Com a retomada das atividades no Distrito Federal, estamos percebendo aumento na procura por estagiários no comércio, escritórios, academias e clubes”, pontua.

Eduardo Líneker, especialista no assunto e diretor  da Super Estágios Brasília, concorda. Ele acredita que os sinais de melhora econômica na China e na Europa começam a empolgar os empresários brasileiros. E a retomada da economia é gradativa.

Para ele, a contratação e a implementação de um programa de estágios é uma ótima alternativa para encontrar talentos e ter economia: uma forma de crescimento sustentável das empresas após a crise da Covid-19. “Com o programa de estágio, as empresas contribuem socialmente com a inserção do jovem no mercado de trabalho e tem mão-de-obra com extrema capacidade de adaptação as novas regras impostas pela pandemia”, explica Líneker.

Na prática

Natália Cordeiro de Moura, 24 anos, cursa o nono semestre de direito e tem aproveitado bem a oportunidade. Ela começou a estudar no mesmo semestre em que o pai morreu, segundo ela, vítima do sucateamento do SUS. E o estágio a auxilia em diversas situações.

“Faço estágio desde o primeiro semestre do curso em escritórios de advocacia e me apaixonei pelo ramo, nunca parei. Até porque o estágio custeia minha faculdade, onde tenho bolsa de 70% a qual ganhei como prêmio de 1º lugar em um concurso de redação”, lembra.

É o caso também de Rebeca Cristina, 21. Com família de origem simples, ela faz o sexto semestre de direito na Universidade de Brasília. O estágio é mais um motivo de orgulho para os pais, que não têm ensino superior: ela é a primeira da família a ingressar em uma faculdade.

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Livro

As duas fazem parte de um projeto do CIEE e de um escritório de advocacia do Distrito Federal. A parceria lançou, no dia 15 de julho, um livro intitulado Questões jurídicas atuais sob novas perspectivas.

A obra é composta por dez artigos acadêmicos produzidos pelos estudantes de direito estagiários do escritório. O projeto expõe diversos temas contemporâneos na visão dos estudantes e encontra-se disponível na Amazon (clique aqui).

Natália focou seu tema na modernização do direito penal e as lacunas legislativas diante disso. Rebeca teve como motivação o cenário atual que proporciona uma série informações de modo rápido e com um alto potencial de circulação que para a grande maioria da população é incalculável – as fake news.

“A minha abordagem busca refletir de que forma esse fenômeno pode causar efeitos à hermenêutica constitucional que cumpre a sociedade aberta. Alguns efeitos disso são também mencionados no livro, o que demonstra que o problema futuro já é muito presente”, conta.

O superintendente institucional do CIEE, Ricardo Melantonio, conta que a iniciativa, para muitos foi a primeira experiência acadêmica. Cada autor teve liberdade para escolher o tema do seu artigo. “Foi importante para a formação de pensamentos jurídicos”, diz.

Advogado e um dos coordenadores da obra, ao lado de Guilherme Pupe da Nóbrega, Rodrigo Mudrovitsch, da Mudrovitsch Advogados, conta ao Metrópoles que foi o primeiro projeto da instituição nesse formato.

“A ideia foi dar uma oportunidade acadêmica para os estagiários, com alguma supervisão, mas sem qualquer direcionamento temático. Penso que é uma oportunidade que certamente inspirará os autores a aprofundarem suas experiências acadêmicas. Além disso, o livro também quer estimular outros estudantes a exporem suas ideias e suas visões sobre os temas atuais do mundo Jurídico”, revela.

Mais exemplos

Gabriel Rigotti de Ávila e Silva, 22, aluno do UniCeub, e Camilo Jreige, no oitavo semestre de direito do IDP, também participaram do projeto. O primeiro escreveu sobre a dicotomia entre o direito ao acesso à informação e a liberdade de expressão da figura pública dentro das redes sociais. E escolheu ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Recomendo para os alunos que pretendem escrever que comecem desde cedo, dentro da academia, até mesmo no primeiro semestre do curso, pois quanto mais cedo começar, mais cedo se escreverá teses concisas”, aponta Gabriel.

Camilo conta que decidiu seguir na carreira jurídica no fim do ensino médio. “Entrei na faculdade querendo conhecer o mundo da advogacia. Esse projeto surgiu para propiciar um espaço para os estagiários”, conta ele, que tinha um livro sobre o ex-senador Pedro Simon. Agora, ele foi discorreu sobre algumas alterações que o pacote anticrime fez na legislação envolvendo denúncias, principalmente, as anonimas.

“Essa oportunidade foi única e essencial. É muito importante, pois abre espaço que a juventude participe e produza. Acabando com o estigma que a partir de determinado nível de graduação ou especialização, você conguense produzir ou publicar”, finaliza.

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