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UnB reúne comunidade para leitura de carta em defesa da democracia

Ato foi organizado por docentes e estudantes da Faculdade de Direito da UnB. Outras 21 instituições aderiram ao movimento

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Carta em defesa da democracia é lida na UnB
1 de 1 Carta em defesa da democracia é lida na UnB - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Seguindo a onda de atos promovidos em todo o Brasil, a Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) realiza, na manhã desta quinta-feira (11/8), a leitura da Carta em Defesa do Estado Democrático de Direito.

O movimento é impulsionado pela leitura do documento elaborado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), que ocorre na instituição paulista também nesta quinta. Publicado em um site, o manifesto da USP conta com quase 900 mil assinaturas, entre políticos, entidades sindicais, professores, artistas, empresários e outros.

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Além da leitura da carta da USP, docentes e estudantes da UnB realizam a leitura de outros três manifestos: dois deles foram elaborados por estudantes e docentes da própria universidade.

A carta dos estudantes, lida por alunos da instituição, defendeu a constituição e a liberdade de expressão.

“Defendemos o respeito à constituição e à manifestação popular pelo voto, a legalidade institucional, a imprensa plural, a liberdade de expressão e o equilíbrio entre os Poderes da República. Continuamos a nossa luta com a certeza de que os valores democráticos serão ampliados neste curso que daremos à história. Não retrocederemos. Saudamos a constituição e o povo brasileiro”, diz o documento.

O manifesto elaborado pelos docentes foi lido pelo professor José Geraldo Sousa Júnior, ex-reitor da instituição. A carta fez críticas aos comentários do presidente Jair Bolsonaro (PL) em ataque à segurança das urnas eletrônicas.

“Convém lembrar que, no ano passado, o Congresso Nacional rejeitou a PEC do Voto Impresso, confirmando mais uma vez a confiança nas urnas eletrônicas. Ao presidenre da República cabe manter, defender e cumprir a constituição, respeitando o direito, o princípio da separação e do livre exercício dos Poderes. Não compete ao ministro da Defesa interferir no processo eleitoral e não é das Forças Armadas a condução deste processo”, ressaltou o docente.

Sistema eleitoral

A terceira carta lida foi escrita pela Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral Brasileiro. O evento conta com participação da reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, e de outras autoridades da instituição, além de políticos locais.

Segundo a diretora da Faculdade de Direito, Daniela Marques, o dia 11 de agosto é marcado pela instalação dos cursos jurídicos no país.

“A emancipação que representa o dia 11 também dá para nós o alicerce do que representa esse ato em defesa da democracia, que é algo caro, que não temos como abrir mão, negociar ou lidar de maneira precária”, disse a docente.

O evento foi marcado por gritos de “Fora, Bolsonaro” e críticas ao mandatário.

Atos no país

Além da USP e da UnB, outras 21 instituições aderiram ao movimento e também farão a leitura da carta. Paralelo a isso, movimento sociais organizam atos em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Nessa quarta-feira (10/8), artistas divulgaram um vídeo recitando a carta. Entre as personalidades, estão Fernanda Montenegro, Marisa Monte, Anitta, Juliette, Seu Jorge, Caetano Velloso, Wagner Moura, Gal Costa, entre outros.

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