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Pessoas com deficiência enfrentam fila grande para ter passe livre

Posto na estação do metrô da 112 Sul ficou lotado nesta quarta (6) de usuários que tentavam resolver pendências no cartão

atualizado

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Nathália Cardim/Metrópoles
Passe livre do idoso
1 de 1 Passe livre do idoso - Foto: Nathália Cardim/Metrópoles

Usuários dos passes para pessoas com deficiência estão encontrando dificuldades para resolver pendências no benefício no posto da Coordenação de Promoção das Pessoas com Deficiência do Distrito Federal, na estação de metrô da 112 Sul. Na manhã desta quarta-feira (6/6), o local estava lotado. E teve quem não conseguiu ser atendido.

É o caso do servente Francisco Souza, 40 anos. Ele conta que fez o recadastro dentro do prazo e, mesmo assim, seu cartão está apresentando erro. Francisco ligou para o Transporte Urbano do DF (DFTrans) e tentou se informar sobre a documentação necessária para fazer a recarga.

“Me disseram que o posto estava aberto e só conseguiria fazer pessoalmente. Então vim com o cartão e a minha identidade, mas a documentação não é suficiente. Faltou o laudo comprovando surdez e terei que voltar outro dia para resolver a pendência. Impressionante. Sempre usei e nunca tinha tido problema antes”, comentou o homem.

No dia 22 de maio, o DFTrans suspendeu 36,4 mil cartões do sistema de bilhetagem para usuários de transporte público com deficiência. Os beneficiários não fizeram o recadastramento no prazo determinado e, por isso motivo, não estão tendo mais a gratuidade.

Ao todo, 64.224 usuários com acesso ao passe para pessoas com deficiência. Destes, apenas 27.828 fizeram a atualização dos dados. Outros 36.396 não procuraram o DFTRans. Eles representam quase 56,6% do montante que tinha direito ao benefício.

O garçom Jacks Douglas Soares Martins, 35, tem uma lesão no cérebro e também estava na 112 Sul para resolver pendências. “Fiz a atualização este ano e, há duas semanas, tive que vir recadastrar. Agora, quando vou passar na catraca, aparece a mensagem de saldo insuficiente. Não sei o que está ocorrendo”, lamentou por volta das 11h, enquanto aguardava o atendimento desde as 8h.

O pior de tudo é que ele mora em Planaltina e diz que já gastou R$ 40 com passagens desde que cartão apresentou problema. “Espero resolver tudo ainda hoje”, ressaltou. Os atendentes pedem paciência aos usuários que aguardam atendimento e alegam que o sistema está lento.

Nathália Cardim/Metrópoles

A vendedora Estela dos Santos Escórcio (foto acima), 27, chegou às 7h e, também por volta das 11h, ainda estava no local. Ela foi levar a mãe, a auxiliar de limpeza Marinalva Chaves dos Santos, 50, para fazer o recadastramento. “Ela é cega de um olho. Perdemos o prazo do recadastro e, ao tentarmos fazer o processo pela internet, deu que o pedido estava em análise. O DFTrans recomenda que se der problema pelo site do Bilhete Único, o atendimento deve ser presencial”, pontuou.

Confira vídeo encaminhado por leitores:

Estela e Marinalva foram ao posto do DFTRans na 112 Sul pela segunda vez. “Sempre cheio. Não sabemos quando seremos atendidas. A nossa senha é a 190. Moramos no Riacho Fundo 2. Estamos gastando muito com passagem”, queixou-se a vendedora.

O DFTRans informou que o movimento no posto da 12 sul aumentou desde o último dia 18 de maio, quando cerca de 36 mil cartões foram suspensos por falta de atualização do cadastro. O órgão destacou ainda que o atendimento desta quarta está dentro do esperado e que o recadastramento pode ser feito pelo site passelivrepcd.de.gov.br.  “Porém, algumas pessoas comparecem ao posto para receber apoio no processo pela internet”, acrescentou o DFTRans.

A atualização dos dados, ainda de acordo com o órgão, teve início em novembro de 2017 e o prazo foi estendido por duas vezes, até 18 de maio. O DFTRans disse ainda que todas as pessoas que pegarem senha serão atendidas. “Já houve dia em que o expediente foi até as 23h”, afirmou.

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