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Vídeo. Vítima de taxistas relata agressões: “Mata que é Uber”

Irmãos espancados por taxistas que os confundiram com passageiros do Uber relatam momentos de terror. Advogado quer que o caso seja enquadrado como tentativa de homicídio e distritais falam em acelerar projeto de lei que regulamenta o serviço

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Uber: irmãos agredidos por taxistas
1 de 1 Uber: irmãos agredidos por taxistas - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

“Mata, mata que é Uber. Taca fogo no carro.” Essas foram as ameaças que os irmãos Kleber, Kledson e Klecio Alves ouviram enquanto eram espancados por taxistas na noite de terça-feira (31/5), logo após desembarcarem no Aeroporto Internacional de Brasília. Eles foram confundidos com passageiros do aplicativo de transporte e foram vítimas de um violento episódio, que foi parar na delegacia e no hospital.

Nesta quarta (1°/6), o caso teve implicações criminais e políticas. O advogado Marcelo Batista, que representa os irmãos, disse que não foram meras agressões, mas uma tentativa de homicídio, e quer que o crime seja configurado como tal. Na Câmara Legislativa, um grupo de distritais repudiou o episódio e afirmou que está na hora de votar o projeto de regulamentação do Uber, enviado pelo Palácio do Buriti em novembro, em regime de urgência, que ainda aguarda o trâmite nas comissões da Casa.

No caso das vítimas, fica o trauma de terem sido agredidos ao voltar para casa após passar férias no Recife. Kleber Alves, 38 anos, teve o dedo mindinho fraturado e terá que fazer uma cirurgia com urgência. Kleber passou a noite hospitalizado, deixou a unidade de saúde na tarde desta quarta (1) para se submeter a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e seguiu para a 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) com os irmãos, os gêmeos Kledson e Klecio, de 34 anos, onde a ocorrência foi registrada.

Na DP, Kleber contou a dinâmica do crime e detalhou as agressões. Eles haviam acabado de desembarcar no aeroporto quando entraram no carro da família, que era dirigido pela cunhada. O grupo iria para Ceilândia, mas foi fechado por um taxista, que acreditava se tratar de um condutor do Uber. O veículo freou bruscamente e houve a colisão.

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Em seguida, o taxista pediu que o seguissem para que acertassem os valores causados pela batida. Os carros pararam no ponto de apoio de táxis perto dos terminais aeroportuários. Quando os irmãos desceram do carro, começou a violência. “Eram cerca de 80 taxistas.  Tinham umas barracas lá.  Eles desmontaram e pegaram os ferros para bater na gente. Gritavam: mata, mata que é Uber. Tive medo de morrer.  Se não fosse uma mulher gritar que não éramos Uber, não sei o que teria ocorrido.”

Veja depoimento abaixo:

 

Câmara Legislativa
Na tarde desta quarta (1°), um grupo de motoristas do Uber foi à Câmara Legislativa cobrar a votação do projeto de lei que regulamenta a atividade no Distrito Federal. Eles foram recebidos pelo relator do PL, deputado Professor Israel (PV).

O parlamentar disse que vai exigir o cumprimento dos prazos regimentais da casa. “Liguei de manhã para a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), e ela garantiu que seguirá com os prazos”, apontou. “O meu relatório está pronto desde o ano passado e até hoje não foi apreciado”, disse Israel.

O deputado Agaciel Maia (PR), que preside a Comissão de Orçamento e Finanças — colegiado onde o PL nº 777/2015 se encontra atualmente, informou que, diante do ocorrido, a expectativa é que o PL seja votado pela comissão até a próxima semana e que, até o fim do mês, a Câmara Legislativa chegue a uma conclusão final.

“A tendência é que esse impasse entre taxistas e motoristas do Uber se agrave. A Câmara não pode ficar com esse problema e precisa votar logo o projeto. Defendo que o serviço deveria se restringir à categoria Black. Em dois anos, o Uber X matará o serviço de táxi e do Black”, apontou Agaciel, em entrevista ao Metrópoles.

No plenário, o deputado Cristiano Araújo (PSD) criticou os taxistas, propôs a convocação da presidente do Sindicato dos Taxistas, Maria do Bomfim, e da família agredida, e disse ainda que não vai mais apoiar os pleitos dos permissionários.

Em entrevista ao Metrópoles, a sindicalista minimizou as agressões. “Eles discutiram no trânsito e foram para o ponto de táxi. A polícia vai atrás de quem provocou a briga. Toda categoria tem seu profissional ruim.”

Brigas e delegacias
As confusões entre taxistas e motoristas do Uber voltaram ao noticiário na tarde de terça (31), quando um grupo de condutores do aplicativo de transporte de passageiros foi à 2ª DP (Asa Norte) registrar um boletim de ocorrência. Segundo eles, os taxistas estariam espalhando óleo na pista por onde os condutores do Uber passam.

A iniciativa terminou em confusão. Enquanto os motoristas faziam o boletim de ocorrência, representantes dos permissionários chegaram na unidade policial. Eles discutiram e alguns carros foram depredados.

Os grupos brigaram em frente à delegacia e acabaram encaminhados à 5ª DP, que apura os fatos. Após o incidente, os ânimos continuam exaltados. Por volta das 19h, um grupo de taxistas encontrou com condutores do aplicativo em um posto de gasolina nas proximidades do aeroporto. Eles jogaram pedras nos vidros dos carros e a Polícia Militar foi acionada e os envolvidos foram encaminhados à 1ª DP (Asa Sul).

À noite, foram dois carros depredados. Reginaldo Araújo, 21 anos, é motorista do Uber Black há cinco meses. O pára-brisas e o capô do carro dele foram danificados por pedras e paus. “O prejuízo deve ultrapassar RS 3,5 mil”, lamentou, acrescentando que cerca de 60 taxistas foram responsáveis pelas agressões.

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