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Tráfico e roubos amedrontam comerciantes e turistas no Setor Hoteleiro

Por ali tudo acontece, de furtos de celulares e assaltos a tráfico de drogas e prostituição

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
SHS
1 de 1 SHS - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O medo e a insegurança fazem parte da rotina de quem vive e trabalha nas proximidades do Setor Hoteleiro Sul (SHS). Para funcionários de hotéis e comerciantes da região, episódios como o da madrugada dessa terça-feira (20/3), em que um homem de 35 anos foi encontrado morto com duas perfurações no corpo, não são isolados.

Giosmar Silva, de 48 anos, é gerente de hotel no SHS há mais de duas décadas. Segundo ele, é durante a noite que o crime impera na região. Por lá, tudo acontece, de pequenos furtos de celulares e assaltos de carros a prostituição e tráfico de drogas. “É recorrente nas proximidades. Por volta das 19h, isso aqui vira um caos. Já estamos acostumados com essa realidade”.

Giosmar diz que, após inúmeros casos de assaltos a hóspedes nas redondezas, o hotel passou a tomar uma providência: quem se hospeda por lá logo é avisado do perigo.

“A gente até aconselha os hóspedes a não saírem de noite. E, se saírem, que não o façam sozinhos, andem sempre em grupo. É triste, mas é melhor avisá-los.”

Para o gerente, o problema maior está na falta de policiamento durante a noite. Ele afirma que a polícia até passa bastante por lá, mas durante o dia, quando o movimento é fraco e os crimes não acontecem.

“A polícia só aparece por aqui quando tem gente de fora do país. Durante a Copa, até tinha policiamento, mas foi apenas ela acabar que ficamos ao deus-dará. Não sabemos mais o que fazer e nem a quem recorrer. Como é que vamos vender o turismo desse jeito?”, reclama.

Há quem nem se arrisque a trabalhar perto dos hotéis durante a noite, como o taxista Green Siqueira, de 54 anos. “Para trabalhar aqui de noite, tem de se trancar no carro e torcer para nada acontecer. Eu não trabalho. É muito arriscado, porque o crime toma conta”, explica.

Comerciantes também reclamam
Basta atravessar a rua para dar de cara com um dos comércios mais movimentados do Distrito Federal. Lojas, shopping center e restaurantes diversos atraem centenas de pessoas todos os dias, inclusive criminosos. Em 2010, a joalheria onde trabalha Flávia Lacerda, de 33 anos, foi assaltada.

No roubo, os bandidos entraram armados, renderam funcionários e levaram boa quantia de dinheiro e joias. Na correria, o segurança do estabelecimento foi atingido por uma bala. Hoje, quem toma conta da loja durante o dia é Richard Cauan, que protesta contra a falta de segurança.

“No final de semana, aqui fica parecendo uma Cracolândia. São muitos usuários e traficantes, o tempo inteiro, e a polícia pouco aparece.”

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O proprietário de um restaurante, Francisco Pereira, de 57 anos, conta que seu estabelecimento sofreu três arrombamentos. Como resposta, o comerciante contratou uma firma de segurança para monitorar e evitar que os furtos aconteçam.

O assassinato
Por volta das 4h50 dessa terça-feira (20/3), equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram acionadas. No local do crime, entre os hotéis Naoum e Riviera, o corpo do funcionário de tecnologia da informação Carlos Augusto Lopes Salazar, de 35 anos, foi encontrado dentro de um Honda Civic verde.

A vítima foi achada com as pernas para fora e duas perfurações provocadas por arma branca: uma no peito e outra no ombro. Segundo empregados dos hotéis contaram ao Metrópoles, o local é um ponto de prostituição. A região é dividida entre travestis e garotas de programa.

O caso é tratado como homicídio e está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (área central). Testemunhas relataram gritos durante a madrugada. “Ouvi muitos gritos de mulher. Pensei que era um assalto”, disse uma hóspede, que não quis se identificar.

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