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Mãe fala sobre Maurício, morto por causa de um videogame

A catadora de materiais recicláveis Marlene Costa Silva diz que o filho era uma criança tranquila, obediente e organizada

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Marlene Costa Silva, mãe de Maurício costa souza
1 de 1 Marlene Costa Silva, mãe de Maurício costa souza - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A casa é simples, de madeira. A cozinha fica do lado de fora e, embora seja pequena, tem quatro cômodos. Um deles, no qual dormiam dois irmãos, ficou mais vazio na noite de sábado (18/6), quando Maurício Costa Souza foi brutalmente assassinado por um amigo de infância, de 15 anos. A violência, segundo a Polícia Civil, foi motivada por uma discussão envolvendo um videogame Playstation.

Maurício foi degolado e teve o corpo carbonizado a 100 metros da residência onde morava, no Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural. Emocionada, a mãe, a catadora de materiais recicláveis Marlene Costa Silva, 30 anos, não acreditava na tragédia. “Eu queria ele vivo, aqui”, lamentou, em entrevista ao Metrópoles.

Marlene conta que o filho dividia o quarto com uma das duas irmãs mais novas. Ele ainda tinha outros três irmãos, que não moram na residência. “Ele era calmo e organizado, bem obediente”, disse a moça, lembrando que Maurício gostava de manter o quarto arrumado e colocou panos na parede para tampar a madeirite.

A mãe lembra que o menino, estudante do 3° ano de uma escola pública da região, tinha duas paixões. Uma era o futebol: “Ele costumava jogar no campo do Sesi”, diz Marlene. A outra era videogames. “Ele pedia o videogame emprestado ao vizinho.”

Veja depoimentos da mãe de Maurício:

 

Brutalidade
Amigo de infância de Maurício, J.S.J., 15 anos, confessou o crime. Ele foi apreendido e encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na Asa Norte. Ainda de acordo com a Polícia, durante a briga, “J.S.J. degolou a garganta da vítima, que foi jogado em um local onde se queima lixo e coberto por um colchão velho. O corpo acabou  carbonizado, provavelmente devido à queima de lixo no local”.

O padrasto do adolescente infrator foi conduzido à delegacia após ter sido abordado por policiais portando crack para consumo próprio. Ele foi autuado por uso e porte de drogas e liberado após assinatura do termo de compromisso de comparecimento à Justiça. J.S.J. responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio.

Maurício estava desaparecido desde o sábado (18). De acordo com o pai da criança, o catador de materiais recicláveis Francisco de Assis, 43, o filho sumiu na tarde de sábado, depois de os pais negarem pedido para ir até a Vila Olímpica. “Ele brincava lá todos os dias. Ontem (sábado), pedi para que ele ficasse em casa. Depois de um tempo, ele sumiu”, contou Francisco ao Metrópoles.

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“O primeiro lugar em que procurei foi na casa do amigo dele (o adolescente que confessou o crime), que era aqui perto. Falaram que ele tinha passado por lá e ido embora.  Rodei a madrugada toda atrás dele e nada”, continuou o pai da criança. Ele registrou a ocorrência do desaparecimento de Maurício por volta de 1h deste domingo (19), na 4ª Delegacia de Polícia (Guará).

“De manhã, me deu um estalo e voltei para a casa desse amigo para ver se o Maurício tinha dormido lá. Quando cheguei, só estava o rapaz e o padrasto dele, que apontaram o corpo queimado próximo à grade do Parque Nacional”, acrescentou Francisco, emocionado.

De acordo com Francisco, além do adolescente, o padrasto do rapaz foi levado para a 8ª DP (SIA), que investiga o caso. “Tinha sangue na casa deles e o homem chegou a fugir quando viu a movimentação de polícia”, revelou o pai.

Francisco contou ainda que Maurício nunca tinha fugido de casa, especialmente dormido fora, sem avisar os pais. “A mãe não chegou nem a ver o corpo. Estava todo queimado, mas depois da perícia deu para ver certinho, era ele.”

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