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Em 10 anos, DF teve redução de 31,3% no número de homicídios

Segundo o Atlas da Violência, o Distrito Federal foi a segunda unidade da Federação a apresentar a maior queda no índice, atrás de São Paulo

atualizado

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Hugo Barreto/ Metropoles
Arma de fogo
1 de 1 Arma de fogo - Foto: Hugo Barreto/ Metropoles

Balanço de pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o Distrito Federal foi a segunda unidade federativa do país a apresentar maior redução na taxa de homicídios no período de 10 anos, ficando atrás apenas de São Paulo. De acordo com o ranking, disponível no Atlas da Violência divulgado nesta quarta-feira (05/06/2019), 8.839 pessoas foram assassinadas de 2007 a 2017 na capital da República.

Apesar do alto número de mortes registradas, o estudo mostra que o DF teve queda de 31,3% na taxa de homicídios no período, ficando em segundo lugar no ranking de localidades que apresentaram maior redução no índice de assassinatos por 100 mil habitantes ao longo dos 10 anos.

A diminuição na incidência de assassinatos registrada pela capital federal só perde para o estado de São Paulo, que obteve, no mesmo intervalo de tempo, queda de 33,5%. Ao todo, foram 64.921‬ mortes no período analisado.

O ano mais violento na capital federal, segundo o Atlas da Violência, foi 2012. Na época, Brasília teve 36 assassinatos a cada 100 mil habitantes, totalizando 954 mortes.

Quando observado o período de 2012 a 2017, a queda no número de assassinatos foi ainda mais brusca, chegando a 44,3% de redução na taxa. Para os especialistas responsáveis pela elaboração da pesquisa, o resultado pode ter relação com políticas públicas realizadas pelas forças de segurança em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF).

“Vários fatores concorreram para este resultado. Entre eles, podemos destacar a melhoria das investigações realizadas pela Polícia Civil do DF e a intensificação da política de apreensão de armas da Polícia Militar do DF”

Trecho do Atlas da Violência de 2019

Ainda conforme apontado pelos estudiosos do Ipea, no DF “foi inaugurada uma gestão integrada de segurança pública, onde o foco policial das ações passou a se concentrar nas áreas mais violentas, visando inibir as ações das gangues”.

Feminicídio

A presente edição do Atlas da Violência indica também que houve um crescimento dos homicídios femininos, os feminicídios. Segundo a pesquisa, em 2017, o Brasil teve cerca de 13 mulheres assassinadas por dia. Ao todo, 4.936 foram mortas – o maior número registrado desde 2007.

Apesar dos altos índices, o DF foi uma das unidades federativas mais bem colocadas no ranking da violência, mais uma vez atrás de São Paulo, que responde, em 2017, pela menor taxa de homicídios femininos, com 2,2 mulheres assassinadas a cada 100 mil. Brasília, por sua vez, apresentou nesse ano taxa equivalente a 2,9.

O cenário, no entanto, parece ter mudado ao longo de 2019. Só neste ano, 14 mulheres foram assassinadas na capital federal. O último feminicídio ocorreu em 20 de maio, quando o agente da Polícia Civil do Distrito Federal Sérgio Murilo dos Santos, 51 anos, invadiu a Sede II da Secretaria de Educação, localizada no edifício Bittar III, na 511 Norte, e atirou na funcionária da pasta, identificada como Débora Tereza Correia, 43. Após o crime, ele tirou a própria vida.

Quem mais morre

Outra informação disponível no Atlas da Violência diz respeito ao perfil das vítimas de homicídio no país: homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos meses mais quentes do ano, as entre 18h e as 22h.

Os homicídios respondem por 59,1% dos óbitos de homens dos 15 aos 19 anos de idade no país. Apenas em 2017, 35.783 jovens de 15 a 29 anos foram mortos, uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil deles, recorde nos últimos 10 anos.

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