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Barraco entre uma policial militar e vizinhos mobiliza efetivo de guerra no Gama. Veja vídeo

Som alto motivou a confusão, que foi parar na delegacia e movimentou as redes sociais

atualizado

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1 de 1 - Foto: Facebook/Divulgação

Uma briga de vizinhos mobilizou um efetivo de guerra no Gama. Para acabar com a confusão, foram acionadas cinco equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e quatro da Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), além de várias viaturas da Polícia Militar, da Divisão de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil e até de militares à paisana. Os moradores da região postaram fotos em redes sociais para mostrar como uma simples ocorrência tomou ares cinematográficos, porque, segundo eles, uma das protagonistas é soldado da PM.

Para se ter noção do aparato destacado no episódio, no roubo ocorrido na quarta-feira (6/1) na QL 15 do Lago Norte, foram mobilizadas cinco viaturas do 24º Batalhão da PM.

A confusão no Gama ocorreu na noite de segunda-feira (4). A discussão foi tão acalorada que não se limitou à troca de palavrões. Houve luta corporal, com várias pessoas feridas. Segundo moradores, a soldado, identificada por Aline, teria ficado incomodada com o som alto da música tocada na residência ao lado da sua, na Quadra 7/1 do Setor Sul da cidade, e reclamou.

 

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Aline teria xingado os vizinhos e uma briga generalizada foi iniciada. Segundo relatos, um homem da família dela atingiu a moradora da casa onde tocava a música com uma pá de pedreiro. A vítima precisou levar pontos no rosto. Aline também foi alvo de agressões. O caso foi parar na delegacia da cidade.

No Facebook, os vizinhos da moradora agredida pela policial contaram que a casa onde se originou o conflito ficou cercada pelo efetivo policial durante toda a manhã de terça-feira (5), mesmo depois de a situação ser contornada na delegacia. Eles reclamavam que os policiais ameaçaram os moradores, que ficaram trancados na residência.

No WhatsApp, a soldado Aline postou a foto do homem que a teria agredido. “Esse me bateu, me jogou no chão. Amanhã daremos um tratamento VIP”, disse.

Na mesma rede social, um grupo composto por policiais militares do DF e de Goiás, denominado Stivados PMDF/PMGO, narrou de forma debochada a operação: “Tinha filha de delegado e parente de PM. Na festa dos pebas, levaram sacode, pois ficaram defendendo os pebas. A filha do delegado, eu joguei no camburão. Muito abusada”. E completa: “Polícia é polícia. Mecheu com um mecheo com todos (sic)”.

 

Perseguição
O morador da residência onde a confusão começou devido ao som alto procurou o comando do 9º Batalhão da PM, no Gama, e denunciou que vem sofrendo perseguição por parte dos policiais. “Por que tanta polícia na porta da minha casa?”, questiona. “Briguei com o pai de uma policial militar. Todo mundo bateu em todo mundo. Foi feito o boletim de ocorrência. Toda vez que saio, sou parado pelos mesmos policiais”, reclama.

O homem relatou ainda que a mulher dele foi agredida por alguém que defendia a soldado Aline na confusão. Mas esse incidente não foi registrado na delegacia. “Polícia tem que ser imparcial. Queria que o senhor falasse com alguém aí, pois vou à Corregedoria e ao Ministério Público”, avisou, em mensagem enviada ao WhatsApp do 9° Batalhão.

Repercussão
A ação foi bastante criticada pelos moradores da área, que transformaram a internet em fórum de discussões sobre o assunto. Uma mulher reclamou que, “enquanto os bandidos estão fazendo a festa, esses policiais estão coagindo uma família de trabalhadores”.

Outra fez um questionamento à publicação do grupo de policiais no WhatsApp: “Mexeu com um, mexeu com todos. Porém, tinha de ser assim se mexerem com um trabalhador”, cobrou.

Uma terceira vizinha não acreditou quando viu a quantidade de policiais. “Essa resenha toda por causa de uma discussão de vizinhos? E eu pensando que era um sequestro. Nunca vi tanta polícia. Quando o mercado aqui perto foi assaltado, a polícia demorou uma hora para aparecer no local.”

barracovaleesta

Versão oficial
A reportagem procurou a Comunicação Social das polícias Militar e Civil. A PM informou que “tratou-se de ocorrência de vias de fato na qual, na hora do ocorrido, duas viaturas da área atenderam o caso. As partes, entre elas uma policial militar, foram encaminhadas à delegacia, onde o boletim de ocorrência foi registrado”.

Ainda segundo a corporação, “a policial envolvida é bastante conhecida na corporação e na Polícia Militar do Estado do Goiás, pois é ex-policial dessa unidade da Federação. Então, como ficou muito machucada, policiais amigos do Gama e de outras unidades foram visitá-la no dia posterior à ocorrência, não só de serviço mas também policiais de folga”.

Já o delegado-chefe da 20ª Delegacia de Polícia (Setor Oeste), Francisco da Silva, disse que foi feito um termo circunstanciado que seguiu para a Justiça. Segundo ele, várias pessoas — inclusive a policial — foram autuadas.

Segundo nota enviada à reportagem, a Divisão de Comunicação da PCDF ressaltou que “os autores foram encaminhados à delegacia e liberados após assinarem termo de compromisso de comparecimento à Justiça. As vítimas que apresentavam lesões foram conduzidas ao IML”.

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