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Rede pública do DF tem programa de fertilização para quem quer ser mãe

Hmib é um dos sete centros públicos de saúde do país que disponibilizam o tratamento de graça. Uma fertilização in vitro em uma clínica privada custa cerca de R$ 25 mil. Há 1,5 mil mulheres aguardando tratamento gratuito no hospital, uma espera de cerca de três anos

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Leonardo Arruda/Metrópoles
Vakinha para tratamento do casal Marcilene e Davidson. Planaltina-DF 05/05/2016
1 de 1 Vakinha para tratamento do casal Marcilene e Davidson. Planaltina-DF 05/05/2016 - Foto: Leonardo Arruda/Metrópoles

“Encarar a verdade é algo muito difícil. Chorei e ainda choro, mas continuarei lutando por esse sonho.” Há cinco anos, a técnica de enfermagem Marcilene Nogueira, 37 anos, quer engravidar. Após inúmeras tentativas, descobriu que tinha Falência Ovariana Precoce (FOP) – síndrome responsável pela perda da produção de óvulos e de hormônios importantes para a gestação. O diagnóstico recebido em meio às lágrimas transformou o desejo cultivado desde o início do casamento com o vigilante Davidson Cardoso, 37, em uma corrida contra o tempo.

Recorrentes sangramentos fora do período menstrual levaram Marcilene a procurar ajuda médica no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Em setembro do ano passado, precisou passar por uma cirurgia. Durante o procedimento, 13 pólipos foram retirados do seu útero. A operação, no entanto, apenas solucionou parte do problema.

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Ela foi encaminhada ao Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Há 18 anos, a unidade médica possui um programa de reprodução humana, que oferece diversos tratamentos gratuitos aos casais que apresentam dificuldades para engravidar. Entre eles, está a fertilização in vitro – técnica que chega a custar até R$ 25 mil em clínicas particulares. Lá, a técnica em enfermagem recebeu a notícia de que poderia esperar até três anos pelo procedimento.

Reduzir esse tempo de espera é o desafio da coordenadora do Programa de Reprodução Humana do Hmib, Rosaly Rulli. “Meu maior anseio é reduzir, de anos para meses, o tempo que as mulheres precisam enfrentar na fila. O ser humano tem o direito de planejar e querer filhos e, aqui, tentamos dar os direcionamentos e os meios para isso”, apontou Rosaly.

Segundo a especialista, atualmente, 1,5 mil mulheres aguardam pela fertilização, o que resulta em uma espera de cerca de três anos.

Tratamento grátis
O Hmib é um dos sete centros públicos de saúde do país que disponibilizam o tratamento de graça. De acordo com Rosaly Rulli, cerca de 8 mil pacientes são atendidos por ano no ambulatório do departamento no local.

“Só entram na lista de espera as pessoas que precisam de técnicas mais complexas como a fertilização in vitro. Há outros casos em que o casal com dificuldade para engravidar usa outros procedimentos da reprodução assistida, como a estimulação da produção de óvulos, que é feita com a aplicação de injeções, no ambulatório mesmo”, relata. Ela reconhece que o tempo de espera é longo e, às vezes, o centro esbarra na burocracia e na falta de recursos.

Desde que foi criado, em 1998, o centro já fez mais de 3 mil fertilizações in vitro. As mulheres que desejam engravidar podem tentar até duas vezes. “Infelizmente, se não tivéssemos estipulado um limite, a fila nunca acabaria”, lamenta Rosaly.

Angústia
A espera, entretanto, angustia as mulheres que não dispõem de tempo. É o caso de Marcilene, que, embora elogie o programa do Hmib, tentará atendimento na rede privada. “A médica que me atendeu disse que os meus óvulos, provavelmente, não vão durar muito tempo. Ela me aconselhou a buscar tratamento na rede privada”, comentou Marcilene.

Queria muito o serviço do Hmib, mas sei que muitas outras mulheres também querem. Embora meu nome continue na lista, tive que buscar outras alternativas

Marcilene Nogueira

Há alguns meses, a técnica em saúde iniciou a busca por serviços de qualidade e com preços acessíveis. Ingressou em diversos grupos nas redes sociais de mulheres que querem engravidar. Em Brasília, as propostas e os orçamentos encontrados estavam muito acima do valor que, mesmo com muito esforço, ela e o marido poderiam bancar. As melhores alternativas encontradas foram em São Paulo.

O gasto com viagens e com o tratamento ficou avaliado em R$ 15 mil. Para ajudá-los, um dos padrinhos de casamento do casal criou uma vaquinha na internet. “A intenção é que cada um possa colaborar da forma como pode e, se Deus quiser, a gente conseguirá atingir a nossa meta e acabar virando ‘tio’ de estimação”, justificou o servidor público Guilherme Gonçalves, 25.

Quem se interessar em contribuir com a vaquinha, pode acessar o site www.vakinha.com.br/vaquinha/davidson-e-marcilene-sao-da-familia. No endereço eletrônico, há mais detalhes sobre a história de Marcilene e Davidson.

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