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Homem morre no HBDF depois de esperar por tomógrafo e ambulância

A família de Arnaldo Teixeira, 53 anos, ainda contratou ambulância particular, mas depois de ter um AVC e dois dias de espera, ele não resistiu

atualizado

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Arquivo Pessoal
Arnaldo Teixeira dos Santos
1 de 1 Arnaldo Teixeira dos Santos - Foto: Arquivo Pessoal

Um homem morreu na madrugada deste domingo (16/10) depois de esperar quase três dias por uma ambulância com Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Regional do Gama (HRG). De acordo com a família de Arnaldo Teixeira dos Santos, 53 anos, ele começou a passar mal na última quarta-feira (12/10), quando estava na casa de um amigo, em Santo Antônio do Descoberto, município goiano.

Com a pressão alta, Arnaldo foi encaminhado ao hospital mais próximo. “Ele chegou lá andando, falando normalmente”, conta a filha do servidor público do DER, Laís Fernandes Teixeira, 26.

Em Santo Antônio do Descoberto, Arnaldo Teixeira tomou um remédio para controlar a pressão. Sem sucesso, foi transferido para o HRG no mesmo dia. “Quando chegou lá, o colocaram em coma induzido. Disseram que o caso era grave e que ele precisava de uma tomografia do crânio para saber o que havia ocorrido. Mas no hospital do Gama não tinha tomógrafo”, disse Laís.

Começou aí a saga da família. Eles tentaram no Hospital de Base do Distrito Federal, mas também não tinha vaga para fazer tomografia. Conseguiram em um hospital particular, mas precisavam de uma ambulância com UTI para fazer o transporte. Esperaram quarta e quinta-feiras. Na sexta, fizeram uma vaquinha e conseguiram R$ 1,5 mil para pagar uma ambulância particular. “Ele fez o exame no Hospital Alvorada, único que conseguimos”, relatou.

Sem tomógrafo
Com o resultado da tomografia, o paciente foi levado ao Hospital de Base do DF. “Quando chegou lá, os médicos viram a gravidade do problema e o levaram para a cirurgia, mas era tarde demais. A operação tinha que ter ocorrido antes. Como ficou muito tempo sem o diagnóstico, o cérebro ficou sem oxigenação, ele teve uma parada cardíaca e morreu durante a madrugada”, lamentou a filha.

Aos 53 anos, Arnaldo Teixeira dos Santos, era funcionário do Departamento de Estradas e Rodagem. O plano de saúde dele havia vencido em 1º/10. Como o órgão trocou a operadora e ficou muito caro, ele decidiu que faria outro plano por fora, mas não deu tempo.

Arnaldo deixou três filhos, a esposa — com quem era casado havia 30 anos — e um neto de 1 mês. “Não consegui salvar meu pai, mas queria que a história dele não se repetisse com outras pessoas”, afirmou Laís, enquanto amamentava o recém-nascido.

Esclarecimento
De acordo com a Secretaria de Saúde, Arnaldo chegou ao Pronto Socorro HRG com AVC (acidente vascular cerebral) e teve o devido atendimento e internação, com prioridade 1. “Foi solicitada uma tomografia, regulada com o Hospital de Base, e solicitado transporte via Samu para a unidade. No momento, não havia médico para acompanhar o paciente na ambulância. Assim, a família o levou em ambulância particular para hospital privado, onde fez tomografia e foi encaminhado ao Hospital de Base”, diz a secretaria por meio de nota.

A pasta confirma que Arnaldo chegou ao Hospital de Base em 14 de outubro e passou por cirurgia. “Ele estava em sala de recuperação, com todo atendimento necessário ao caso,  aguardando transferência para UTI, mas veio a óbito”, diz a nota ao completar que o caso dele era gravíssimo.

Morte por falta de combustível
Na última quarta-feira (12/10), mesmo dia em que Arnaldo chegou ao HRG, o aposentado Antônio Paiva Filho morreu pela falta de combustível em uma ambulância. A família dele alegou ao Bom Dia DF, da TV Globo, que ainda tentou pagar pelo deslocamento do pai, mas os atendentes não permitiram.

Antônio estava internado no Hospital Regional de Planaltina desde 5 de setembro para tratar de uma doença no fígado. Ele esperou vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por pelo menos cinco dias. Nesse período, a família conseguiu que o aposentado fosse transferido para um hospital particular. Mas não havia ambulância para levá-lo.

No desespero, os familiares chegaram a oferecer dinheiro para encher o tanque de combustível do veículo. Um valor de R$ 45 daria para fazer a viagem. Mas Antônio acabou morrendo por volta das 23h.

O Samu informou que, no período em que ficou sem gasolina, as viaturas de Ceilândia e Sobradinho pararam. Contudo, foram substituídas pelos carros reservas e não houve prejuízo aos atendimentos.

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