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GDF pressiona por liberação de verba para chamar 1,4 mil concursados

Esses servidores deverão ser lotados na saúde, que enfrenta problemas graves, como falta de leitos em UTIs

atualizado

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1 de 1 medicos - Foto: Istock

O GDF planeja nomear, este ano, 1.485 profissionais para atuar nos hospitais e postos do Distrito Federal. A informação foi repassada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), durante apresentação do balanço do Saúde da Família, e visa aplacar problemas graves enfrentados pelos usuários do serviço público, como a falta de vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs).

Mas, para isso, o Executivo espera a aprovação, pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), de projeto que altera a Lei Orçamentária Anual e destina um total de R$ 122 milhões para a convocação de servidores já aprovados em concurso. A proposta deve ser analisada na tarde desta quarta-feira (28/2) pela Câmara Legislativa.

A proposta é quase um “cheque em branco” para o governo, pois não especifica quais os órgãos ganharão novos servidores nem quais cargos serão contemplados. Na tarde desta quarta, o líder do governo, Agaciel Maia (PR), cobrou a lista de pelo menos quais carreiras serão chamadas.

“Se essa proposta for aprovada hoje na CLDF, poderemos, na segunda semana de março, apresentar cronograma de nomeações, e nós vamos ter prioritariamente grande número na saúde, algo em torno de 1.485, que vão permitir a abertura de muitos leitos nos hospitais da cidade”, disse o chefe do Executivo.

Já nos próximos dias, o governo promete lançar edital de concurso público para médicos da família. Segundo o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, a ideia é contratar mais 47 equipes e incluir enfermeiros no quadro.

Faltam sete médicos de família para chegarmos a 70% de cobertura, e 47 novas equipes para [alcançarmos] 75% de cobertura

Humberto Fonseca, secretário de Saúde

O chefe da pasta informou que o programa alcançou 69,1% de abrangência no Distrito Federal. O aumento do índice é de 100% se comparado aos 34% de alcance do início do processo de conversão, em fevereiro de 2017, que mudou a política de atenção primária em Brasília.

Segundo a secretaria, em janeiro de 2017, o DF contava com 277 equipes de saúde da família. Em um ano, foram criadas mais 272, o que resultou nas atuais 549.

O governo também estendeu o horário de funcionamento de unidades básicas de saúde (UBS) com mais de três equipes de saúde da família. Além de funcionarem das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, inclusive no horário de almoço, elas passaram a abrir também aos sábados, das 7h às 12h.

Outra medida para aumentar a cobertura do novo modelo foi o início da construção de novas unidades: uma em Samambaia, entregue em 18 janeiro; duas em Ceilândia, com obras em fase final; e uma na Fercal.

Fonseca espera que essas medidas culminem na descentralização de pacientes nos principais hospitais do DF. Em vez disso, eles vão recorrer às unidades básicas de saúde (UBS), como prevê o secretário. “Essa cultura de sempre procurar hospital existia porque a atenção primária não funcionava. Isso vai acabar”, afirmou.

Penúria
Enquanto o governo comemora os resultados, há quem enfrente uma via-crúcis nos hospitais públicos, à espera de atendimento. É o caso da faxineira Edilene Conceição, 33 anos.

Desde o último sábado (24/2), ela buscou assistência duas vezes no Instituto Hospital de Base (IHBDF), uma no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e outra na unidade de saúde básica de Santa Maria, mas não conseguiu. A mulher sofre de lúpus (doença autoimune) e, em decorrência da enfermidade, teve derrame na pleura, popularmente conhecido como água no pulmão.

“Na semana passada, os sintomas ficaram piores e têm comprometido meu sono. Estou vindo pela terceira vez em quatro dias”, lamentou. Edilene contou ao Metrópoles que, quando recorreu ao IHBDF no sábado, não havia clínico geral. “Disseram que só atenderiam casos de trauma ou pacientes de oncologia”, recordou.

A mulher acrescentou que o problema se repetiu no Hran. Já na UBS de Santa Maria, o médico que a atende manteve a medicação tomada por ela em razão do lúpus. Apesar disso, o incômodo nos pulmões não passaram. “Vim ao IHBDF porque meu caso é urgente”, explicou.

A camareira Dayane Souza, 26, também se queixa pelo atendimento na unidade. Ela conta que sofre de crises diárias de enxaqueca há pelo menos dois anos. No último mês de agosto, ela obteve pedido para exame de angiotomografia. Porém, após sucessivas tentativas frustradas no IHBDF, o encaminhamento expirou.

“Nesta quarta, cheguei às 12h, consegui novo pedido e tentei passar pelo exame no mesmo dia”, disse. Por volta das 17h, Dayane se cansou da espera e voltou para casa, após ser informada por um funcionário do hospital de que cerca de “15 a 30 pessoas” aguardavam atendimento antes dela. “Não tive como esperar, estou passando mal, com fome, sede. O dinheiro é curto. Vou voltar em outro dia e contar com a sorte”, lamentou.

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