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Bebês continuam a sofrer com demora em cirurgias cardíacas no DF

Segundo a Secretaria de Saúde, nesta terça-feira (25/10), dez crianças estão na fila de espera na rede pública de saúde

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rossemary marca do nascimento
1 de 1 rossemary marca do nascimento - Foto: Reprodução/Facebook

A via sacra enfrentada por crianças que precisam passar por cirurgia cardíaca na rede pública de saúde do DF parece não ter fim. Segundo a Secretaria de Saúde (SES), na terça-feira (25/10), 10 pequenos estavam na fila de espera por um leito no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), única unidade conveniada à SES para a realização de cirurgias cardíacas pediátricas.

Uma dessas crianças é a pequena Rossemary Luiza do Nascimento (foto em destaque), de 4 meses. A menina nasceu com uma má-formação congênita no coração e vive entrando e saindo do Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB) há pelo menos um mês. “O problema começou pequeno, mas foi se agravando com o tempo. Toda vez que ela saía do hospital, precisávamos voltar no dia seguinte porque ela piorava. Agora, vamos ficar aqui até que seja feita a cirurgia”, explica a mãe, Hilda Marca, de 26 anos.

O recém-nascido Leonardo dos Santos Silva, que tem apenas oito dias, também vive uma situação parecida. Com má-formação congênita no coração, médicos já avisaram que o bebê precisa fazer a cirurgia o mais rapidamente possível. No entanto, assim como no caso de Rossemary, não há previsão para a realização da operação. “O quadro dele é estável, mas a médica disse que pode ficar difícil a qualquer momento e levar até à morte. Estou preocupada”, afirma Maria das Mercês dos Santos, mãe do bebê, que está internado na UTI do Hospital Regional de Taguatinga.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que Rossemary e Leonardo já estão na fila para uma vaga no ICDF e que os bebês recebem os cuidados necessários nos hospitais onde estão internados. A pasta afirma ainda que a unidade tem oito leitos, “sendo seis regulados para os casos mais graves e dois para os casos de menor gravidade”.

De acordo com a pasta, o ICDF realiza, em média, 18 procedimentos por mês e trabalha com 100% dos leitos, atendendo plenamente o contrato com a Secretária de Saúde. Por fim, a SES afirma que não é possível estipular um tempo médio de espera para a cirurgia, pois cada paciente é avaliado separadamente.

Sensibilizada com os casos de luta pela vida, Janaína Souto, da ONG Pequenos Corações, faz petições na internet com o objetivo de pressionar o governo a agilizar o atendimento dessas crianças. Para Souto, que convive diariamente com esses casos, as medidas tomadas pela Secretaria de Saúde estão longe de serem suficientes. “É um caos. Nascem muito mais crianças cardiopatas do que a fila anda. Esses número divulgado pela SES é dos casos mais urgentes. Existem diversos outros que estão em casa à espera de cirurgias e que só entram na fila quando se tornam graves.”

Ao longo deste ano, o Metrópoles já noticiou alguns casos de crianças que aguardavam na fila por cirurgias cardíacas pediátricas na rede pública do DF. A demora no atendimento ao pequeno Artur Dias, por exemplo, chegou a ser questionada pelo Ministério Público do DF e Territórios e pelo MP de Contas. Em alguns casos, as crianças conseguem a cirurgia, como foi a situação da pequena Elisa Teixeira. No entanto, nem todos têm final feliz: em setembro, o menino Enzo Gabriel Sousa, de 25 dias, morreu enquanto aguardava uma cirurgia cardíaca no Hospital Regional de Taguatinga.

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