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Saiba por que 2021 bateu recorde de empresas abertas e fechadas no DF

No ano passado, foram 75 mil novos negócios, o maior número desde 2019. Por outro lado, 29 mil encerraram as atividades

atualizado

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1 de 1 Loja com cadeados - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 2021, o Distrito Federal registrou a maior quantidade de empresas abertas desde 2019. Foram 75 mil novos empreendimentos. O aumento, em relação a 2020, é de 15,68%. A maioria dos novos negócios foi de microempreendedores individuais (MEI).

Para especialistas, os números refletem uma movimentação estimulada pela pandemia de Covid-19 e pela crise econômica: desempregadas, as pessoas optam por se tornarem MEI a fim de garantirem alguma renda. Porém, é preciso, também, ter atenção à quantidade de empresas fechadas. Este ano, até o início de fevereiro, mais de 6,3 mil foram abertas e 2,7 mil encerraram as atividades.

Os dados são do Ministério da Economia. Integrante do Conselho Regional de Economia, Newton Marques explica que, durante a pandemia, com diversos períodos em que empresas ficaram sem operar, muitas demitiram funcionários como forma de cortar gastos. “Essas pessoas que se viram desempregadas tornam-se MEI e, assim, têm maior segurança econômica e a renda depende, teoricamente, apenas delas”, diz o economista.

Newton afirma que, com este movimento, a taxa de desemprego tende a cair. “Essa população sai da estatística dos sem-ocupação e entram como empresários. Isso contribui para a queda do desemprego que vimos nos últimos meses”, comenta.

Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, a taxa de desemprego da capital federal caiu 2,4 pontos percentuais, passando de 19,5% para 17,1%.

Para Newton, mesmo com os números apontando para uma recuperação da economia do DF, ainda é cedo para cravar como será 2022. “É necessário aguardar os resultados das pesquisas dos próximos meses e ver o comportamento da pandemia”, completa.

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Fechamentos

Apesar do grande número de empresas abertas, 29 mil negócios fecharam no ano passado. A quantidade é a maior dos últimos três anos e, do total, 26,7 mil eram microempresas. Conforme explica o economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo, isso também reflete a pandemia do novo coronavírus.

“Enquanto alguns pequenos empreendedores surgiram, outros, que já estavam há mais tempo no mercado, não sobreviveram à crise financeira causada pela pandemia. Vimos muitos bares e restaurantes, que, por vezes, são classificados como pequenos, fechando as portas”, explica.

O especialista acredita que, nos próximos meses, a situação deve estabilizar e os números de aberturas e fechamentos de 2022 tendem a ficar mais controlados. “As eleições movimentam a economia e vamos ver um ajuste dessa balança. Veremos aqueles que vieram para ficar e os que não vão resistir”, diz.

Riezo Almeida, coordenador do curso de economia do Iesb, reitera ainda ser cedo para falar em melhora da situação econômica no DF, mas afirma que as perspectivas são boas. “No próximo trimestre, devemos ter uma melhora. Com a pandemia, surgiram diversos tipos de oportunidades que, antes, não eram tão exploradas e podem se firmar no mercado”, completa.

 

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