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Rodas da Paz instala nova Ghost Bike no DF, em homenagem a ciclista morto

Cláudio Mariano tinha 69 anos quando foi atingido por um carro e morreu, na Quadra 2 do Cruzeiro, local onde foi colocada a bike símbolo

atualizado

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Hugo Barreto/Metropoles
Ghost Bike
1 de 1 Ghost Bike - Foto: Hugo Barreto/Metropoles

Após pedir ações do Governo do Distrito Federal (GDF) em relação aos acidentes fatais envolvendo bicicletas na capital, um grupo de ciclistas instalou, na tarde desta quinta-feira (5/11), mais uma Ghost Bike no DF. Desta vez, no Cruzeiro, em homenagem a Cláudio Mariano de Souza, que morreu atropelado em 2017. O ato foi organizado pela ONG Rodas da Paz, com apoio de grupos de pedal do DF e do Entorno.

O ciclista Cláudio Mariano tinha 69 anos quando morreu na Quadra 2 do Cruzeiro, local onde foi colocada a bike símbolo do luto para os ciclistas da capital. A motorista acusada do atropelamento foi absolvida pela Justiça do DF em fevereiro deste ano.

A morte aconteceu em 21 de fevereiro de 2017. Cláudio estava indo ao Hospital São Mateus entregar alguns exames quando foi atingido por um carro. Ele morreu três horas depois, devido à gravidade dos ferimentos.

“Meu tio estava fazendo um exame, pegou a bicicleta e veio andando. Quando ele deu o primeiro empurrão, ela veio e o atropelou e ele foi arrastado”, relembrou a sobrinha da vítima, Marília Rodrigues, 39.

Segundo Marília, a homenagem feita nesta tarde é uma forma de acalento para a família de Cláudio. “Nós começamos a nos envolver mais com o pessoal desses grupos e eu falei para a minha mãe que eu iria na [instalação de ghost bike] do Ricardo Aragão. Quando cheguei lá, falei com a Rodas da Paz se ainda dava para colocarmos a do meu tio, mesmo já tendo passado um tempo”, relatou.

“Antes, eu achava que, por ela [a motorista que o atropelou] vir aqui e frequentar a rua, ela tinha que lembrar do que fez. Mas, hoje, eu identifico como uma forma da gente se comunicar com todas essas famílias que sofrem, que também passaram por isso”, completou ela.

Um dos representantes do ato, Eduardo Guimarães, reclamou da atual insegurança no trânsito para quem anda de bicicleta e da impunidade de motoristas que provocam acidentes fatais.

“Toda vez que acontece um acidente desse, minha mãe me liga, minha filha me liga, pedindo para que eu não pedale mais […] A gente vem sofrendo muito ultimamente com a questão da Justiça. O Judiciário brasileiro tem deixado muito a desejar”, comentou

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O grupo marcou uma reunião, com representantes da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), do Departamento de Estradas de Rondagem (DER-DF) e do Departamento de Trânsito (Detran-DF), para apresentar as reivindicações neste início de tarde.

“São vários itens que elencamos, como a redução de velocidade em algumas vias e o controle melhor da velocidade no trânsito mesmo”, exemplificou o representante do Grupo de Coordenadores de Ciclismo do DF e Entorno.

Durante a instalação da Ghost Bike, Eduardo disse que é um momento muito triste. “Não ficamos satisfeitos em colocar essas bikes. Temos outras cinco para colocar. É uma tristeza para nós fazer isso e brigamos para isso não ter mais que acontecer”, completou o representante do Grupo de Coordenadores de Ciclismo do DF e Entorno.

Questão de justiça

No mês passado, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou por homicídio o homem suspeito de atropelar e matar o ciclista Ricardo Campelo Aragão, 58 anos. O acidente fatal ocorreu em 10 de outubro, na 703 Norte, e teve grande repercussão na capital.

O indiciado é Marcelo Damasceno Barroso, 35 anos, servidor concursado do Superior Tribunal Militar (STM). Conforme consta no site da Corte, ele trabalha no gabinete da Presidência do órgão.

De acordo com as investigações da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), o condutor não prestou socorro à vítima e fugiu do local. Além de ter sido enquadrado pelos crimes de omissão de socorro e evasão do local de acidente, ele responderá por homicídio e lesão corporal, uma vez que outra pessoa também se feriu.

Nádia Bittencourt, 55 anos, pedalava com ele no local e também foi atropelada, mas sofreu apenas escoriações. Ao Metrópoles, ela diz que agora espera que o autor do atropelamento seja preso.

“Ter descoberto o nome dele foi para nós um alívio, porque, até então, a sensação era de impunidade. Agora, aguardamos a finalização do inquérito”, comentou. “Não é uma questão de vingança, é uma questão de justiça”, completou.

Conscientização

Segundo o secretário de Trânsito e Mobilidade, Valter Casimiro, o objetivo do governo é ouvir os ciclistas e estudar as demandas dos manifestantes. “A gente sabe que Brasília é uma cidade que tem muito veículo, e a gente tem trabalhado no sentido de diminuir essa quantidade de na cidade, seja com estacionamentos rotativos, seja com as ciclovias”, disse.

“Tivemos conhecimento de algumas das reivindicações, que ainda vamos estudar. A questão de redução de velocidade, por exemplo. Vamos ver o que é possível fazer para dar mais segurança no trânsito aos nossos ciclistas e pedestres”, ressaltou.

Zélio Maia, diretor-geral do Detran-DF, também esteve no local e comentou sobre as campanhas educativas para promover maior segurança a quem anda de bicicleta no trânsito. “A cultura de que Brasília é uma cidade de carro é algo que eu acho que tem de acabar”, destacou.

“O principal é que o maior protege o menor, e isso a gente só consegue com a conscientização da sociedade. Temos campanhas permanentes que o Detran faz, como a Bike em Dia. Na última semana de novembro, estaremos durante quatro dias em Planaltina. Então, procuramos atender a toda a população”, assinalou.

 

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