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“Quem vai cuidar de mim?”, desabafa filha de vítima de feminicídio

Arlete Campos de Oliveira foi assassinada pelo companheiro com uma facada no abdômen. Crime ocorreu no Recanto das Emas

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JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 Enterro 1 - Foto: JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles

“Quem vai cuidar de mim?” Em meio a lágrimas, A.O, 12 anos, repetia a pergunta durante o velório da mãe, Arlete Campos de Oliveira, 49. Assassinada em casa pelo marido na madrugada de segunda-feira (5/11), no Recanto das Emas, a mulher foi sepultada na tarde desta terça-feira (6/11), no Cemitério de Taguatinga.

A adolescente foi a primeira a tomar conhecimento da morte da mãe, quando seu padrastro,  Alexon Bezerra Rocha, 33, a abraçou e disse que a companheira teria cometido suicídio. No mesmo dia, investigadores da Polícia Civil desmontaram a versão e apontaram Alexon como autor da facada fatal no abdômen de Arlete.

A vítima de feminicídio foi enterrada com uma bandeira do Flamengo, seu time do coração. Durante a cerimônia de despedida, familiares e amigos fizeram uma oração e pediram justiça. A sobrinha de Arlete, Ester Oliveira, 18, disse que a família sabia das agressões e a aconselhava a se afastar de Alexon. “Meu irmão frequentava a casa dela. Quando não estava roxa, estava brigando com ele. Por algum motivo, ela gostava dele e não queria se separar”, relatou.

Reprodução/Facebook

Denúncia
Segundo a Polícia Civil, Arlete já havia denunciado o marido por agressões. Neste ano, o acusado, inclusive, foi preso e enquadrado na Lei Maria da Penha. Porém, acabou liberado após passar por audiência de custódia.

Na delegacia, Alexon falou com jornalistas. “Fomos a uma festa na noite anterior. Bebi cachaça só, não usei droga”, disse. O suspeito negou o crime. “De manhã, fui até a filha dela e falei: ‘Acorda, me abraça que tua mãe tá morta’”, contou.

Questionado sobre as denúncias de moradores da quadra, a respeito das discussão na madrugada, o homem respondeu: “Vizinho é tudo bicudo”. Alexon, contudo, admitiu que “brigava demais” com a mulher.

Segundo o delegado Pablo Aguiar, o homem é bastante agressivo. Contra ele constam quatro ocorrências de Maria da Penha registradas pela vítima, além de dois furtos e um roubo. Ele acredita que a mulher morreu rapidamente. “Testemunhas escutaram a briga, que de forma instantânea, acabou. Acreditamos que foi no momento em que ela levou a facada”, ressaltou o policial.

Outro caso
Até setembro deste ano, foram 22 feminicídios no DF. Na noite desse domingo (4), Maria do Livramento Alves, 35, foi internada em estado grave no Instituto Hospital de Base (IHB) após ter sido esfaqueada pelo ex-companheiro em um bar, no Paranoá. Moradores presenciaram a agressão e espancaram o acusado, identificado como João Evangelista de Souza, 39. Ele também precisou ser levado para o hospital.

Um dos golpes atingiu o rosto e pode comprometer a visão da vítima. A motivação do crime seria o fim do relacionamento. O agressor não aceitava a situação e passou a perseguir Maria Alves. O caso foi registrado na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde é apurado como tentativa de feminicídio e Maria da Penha. A faca utilizada no crime foi encontrada no local e apreendida por agentes da DP.

De acordo com a Polícia Civil, uma testemunha, que estava sentada no banco da Praça Central do Paranoá com amigos, viu o autor batendo na vítima e a jogando no chão. Logo em seguida, com a mulher deitada na pista, o homem começou a esfaqueá-la.

Ainda de acordo com o relato, o morador viu o homem dando ao menos 10 facadas na ex-companheira: no olho, braço, peito e nas costas. Após o ataque, ele se levantou e saiu correndo pela Avenida do Paranoá, mas foi alcançado por populares e agredido.

 

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