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Quem são os presos e como agiam na Máfia dos Concursos, segundo a PCDF

Segundo a Polícia Civil, integrantes do grupo ofereciam pacote completo para os candidatos que aceitavam pagar pelo esquema

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Bruno Ortiz
1 de 1 Bruno Ortiz - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) detalhou como agiam os quatro presos durante a operação Panoptes. Hélio Garcia Ortiz está entre eles e é considerado o líder do esquema. O filho dele Bruno de Castro Garcia Ortiz também está preso preventivamente, assim como Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias.

Segundo a Polícia Civil, morador de Águas Claras, Bruno era o executor do esquema; Rafael trabalhava sempre ao seu lado, auxiliando nas atividades ilícitas; e Johann viabilizava diplomas falsos de graduação e pós a quem precisasse e pagasse bem.

Bruno Ortiz, filho do Hélio, passou num concurso de oficial de Justiça do Pará em 2003 e foi afastado do cargo em 2006, com a prisão do pai. Hélio Ortiz já é conhecido pela polícia, pois foi preso há 11 anos acusado de liderar a Máfia dos Concursos.

Hélio chegou a ser julgado e condenado, mas acabou solto por não existir, à época, a tipificação do crime de fraudes em concursos públicos. “Ele não tinha outra profissão que não fraudar concursos”, disse o delegado Brunno Ornelas, da Deco. A Polícia Civil acredita que a atuação não acontecia somente no DF. Há suspeita de fraudes em outros estados. “Eles ofereciam o pacote completo aos candidatos”, disse o investigador.

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Johann Gutemberg é dono do Instituto Nacional de Ensino Especial, faculdade que funciona em Taguatinga. A suspeita é de que a instituição providenciava diplomas de curso superior e de pós-graduação para os candidatos que não cumpriam a exigência do concurso.

As investigações começaram após denúncias de fraude no concurso do Corpo de Bombeiros. Outros 15 mandados de condução coercitiva para depoimentos e sete de busca e apreensão em endereços de investigados foram expedidos. Entre as pessoas levadas a depor, estariam candidatos que pagaram os fraudadores para conseguir uma vaga. Ao menos 100 pessoas teriam sido beneficiadas com o esquema.

A operação, batizada de Panoptes (referência ao monstro da mitologia que tinha 100 olhos), identificou pelo menos três modus operandi da quadrilha. O grupo agia com a utilização de pontos eletrônicos e de identidades falsas para que outras pessoas fizessem a prova no lugar dos inscritos, além do uso de celulares.

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