metropoles.com

PPP do Autódromo do DF recebe duas propostas lideradas por ex-pilotos

A parceria público-privada promoverá a cessão do espaço pelo período de 35 anos, em contrato de R$ 73.175.202,26

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
autodromo nelson piquet
1 de 1 autodromo nelson piquet - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Emerson Fittipaldi desistiu de participar da Parceria Público-Privada (PPP) para assumir a administração do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Apenas os consórcios integrados também pelos ex-pilotos Affonso Giaffone e Amir Nasr, com seus respectivos sócios e parceiros técnico-econômicos, apresentaram propostas à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), nesta quinta-feira (17/1).

Agora, os documentos serão analisados e a previsão é de que, em fevereiro, seja anunciado o vencedor. O local não promove eventos desde 2014. Estão no páreo o Consórcio Arena BSB, liderado por Richard Dubois, tendo Affonso Giaffone como diretor técnico; e a Calbox, empresa apoiada pela Federação de Automobilismo do DF e por Amir Nasr.

Segundo Dubois, “Brasília merece um autódromo à altura de uma capital. Temos uma proposta para devolver o automobilismo em todo seu esplendor, e que Brasília possa voltar a ser referência”. Luiz Caland, presidente da Federação de Automobilismo do DF, destacou que o espaço está jogado e abandonado: “Temos certeza de que um grupo de Brasília tem mais condições de recuperá-lo. Somos da cidade”.

“É a primeira PPP do governo Ibaneis e esperamos poder ter muito mais oportunidades de negócios para os empresários de Brasília, do Brasil ou até mesmo estrangeiros”, completou o presidente da Terracap, Gilberto Occhi.

Projeto milionário
A parceria público-privada (PPP) do autódromo promoverá a cessão do espaço pelo período de 35 anos, em contrato de R$ 73.175.202,26. O novo administrador deverá promover reformas, gestão, manutenção, operação e exploração do local. A expectativa é de que o lugar seja reaberto em agosto para as primeiras competições.

Além disso, a empresa ou consórcio que ganhar a licitação deverá promover atividades esportivas, sociais, culturais, artísticas, comerciais, recreativas e de lazer. Entre os investimentos obrigatórios, está a reconstrução da pista do autódromo.

São R$ 38,88 milhões para o autódromo, sendo que R$ 24,8 milhões seriam de investimento privado. A Terracap repassará até R$ 14 milhões. Os demais R$ 34,3 milhões do contrato devem ser investidos no centro de excelência. O primeiro envelope contém informações de habilitação jurídica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista e qualificação técnica.

O segundo traz a proposta técnica, com metodologia de operação, plano de requalificação do autódromo e plano de negócio. Por fim, o terceiro documento é a proposta econômica.

Caso as propostas técnicas agradem a Terracap, vencerá o grupo que propuser o menor valor de aporte da agência no negócio.

PPP Autódromo Internacional… by on Scribd

 

Novidades
A Terracap apresentou, em junho de 2018, os detalhes da concessão do autódromo. A praça esportiva foi alvo de procedimento de manifestação de interesse (PMI) lançado em 31 de julho de 2017.

A grande novidade da proposta elaborada no estudo técnico é a alteração do traçado da pista, reduzindo-o de 5.475 m para 4.695 m. A intenção é modernizá-lo, adequando-o às provas atuais e abrindo mais trechos de ultrapassagem. Outra inovação é a liberação do terreno para operação imobiliária.

Hoje, o local está abandonado e sem qualquer fiscalização e controle. A depender do investimento, partes das arquibancadas e até da pista podem ser aproveitadas no novo projeto.

No terreno, de aproximadamente 680 mil m², o autódromo encontra-se com um terço do traçado inacabado, áreas de escape obsoletas, arquibancadas, tribunas e demais espaços em condições precárias. Os boxes e o paddock foram demolidos.

A parceria público-privada permitirá, também, a exploração com estacionamento, lojas comerciais, restaurantes e museus automotivos, seguindo as normas e regras estabelecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth).

Os usos industrial e residencial estão vetados. É justamente dessa operação imobiliária que sairá a participação da Terracap no negócio. A empresa ficará com 10% do lucro dessa atividade.

Processos na Justiça
Em novembro de 2015, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou ação penal contra o ex-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) Nilson Martorelli e a ex-chefe da Terracap Maruska Lima de Souza Holanda, por supostas irregularidades na reforma do autódromo.

Os ex-gestores foram indiciados por crime contra a Lei de Licitações, com pena prevista de 2 a 4 anos de detenção, além de multa. Ambos também chegaram a ser presos no âmbito da Operação Panatenaico, deflagrada em maio de 2017 pela Polícia Federal, por supostamente terem recebido propina de empreiteiras durante a reconstrução do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

O objetivo da reforma do Autódromo Nelson Piquet era receber a competição da Fórmula Indy. No entanto, com a investigação, o MPDFT constatou que o contrato firmado entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a empresa Basevi Construções S/A para manutenção das vias públicas da cidade foi estendido para revitalizar a pista do autódromo.

Esse acréscimo desrespeitou decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que suspendeu o edital destinado à contratação de empresas para a obra.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?