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Por “custos inviáveis”, escolas privadas do DF apoiam decisão que desobriga testes em massa

Instituições defendem que exames sejam feitos apenas em funcionários com algum sintoma do novo coronavírus

atualizado

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Algumas escolas reabriram as portas nesta quinta-feira (6/8)
1 de 1 Algumas escolas reabriram as portas nesta quinta-feira (6/8) - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Escolas particulares do Distrito Federal apoiaram a decisão judicial que regulou a testagem para Covid-19 de funcionários desses centros de ensino. Segundo a sentença, serão testados os trabalhadores com suspeita de contaminação ou que tiveram contato com pacientes infectados. Não haverá exames em massa.

A sentença da 6ª Vara do Trabalho de Brasília foi publicada no domingo (13/9). O protocolo determina que trabalhadores e estudantes tenham temperaturas aferidas na entrada e saída das aulas.

Para as escolas, os custos de uma testagem geral seriam “inviáveis”. De acordo com Álvaro Domingues, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), a sentença da Justiça é “absolutamente científica, centrada em princípios médicos referenciados”.

“Acolhemos e vamos repercutir junto às escolas, para que façam o seu melhor”, afirmou, em vídeo divulgado nesse domingo (13/9). Veja, a seguir:

Os funcionários que estiverem sintomáticos para Covid-19 terão de ser afastados imediatamente e submetidos ao exame RT-PCR para verificação do diagnóstico. Os testes deverão ser custeados pelas próprias escolas até 31 de dezembro. Para decidir, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) ouviu a opinião de especialistas na área da saúde. Esses profissionais classificaram, conforme sentença, o teste sorológico como “inútil” para constatação de pessoas contaminadas.

Nas escolas da rede Objetivo, a coordenação já busca contato com os funcionários para “mapear quem já teve Covid-19”.

“Já havíamos feito uma testagem geral quando foi liberado aquele primeiro retorno, em julho. Agora, o custo do teste é muito elevado para isso. Vamos seguir o que foi determinado pela Justiça”, disse o diretor da instituição, Klisman Vercino.

Apesar de o calendário de volta às aulas da rede privada ter data marcada para 21 de setembro, o Colégio Objetivo só retornará no dia 28. “Estamos entrando em contato com os colaboradores a fim de fazer esse mapeamento da situação e repassar isso aos pais, para ficar tudo em ordem antes da volta”, completou.

Assim como o Colégio Objetivo, o Mauricio Salles de Mello também fez testes rápidos nos funcionários antes da retomada que estava prevista para o fim do mês de julho. Agora, a instituição deverá arcar com exames RT-PCR, que são mais caros. A diretora Marilena de Mello Mendez avalia positivamente a decisão da testagem apenas em determinados casos.

“Acho muito justa e certa a testagem. Temos que procurar sempre a decisão técnica. Então, vamos cumprir exatamente o que foi dito. Agora, vamos fazer uma nova pesquisa para ver quem quer retornar presencialmente, conversar com professores para resolver todas essas questões antes da volta às aulas”, afirmou.

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O La Salle criou um protocolo mais específico para lidar com a retomada. Segundo Cristiano Prates, assessor educacional da rede nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, todos os funcionários das quatro unidades do DF passarão por uma avaliação médica antes do retorno presencial.

“Vamos estipular uma clínica médica para que eles façam uma consulta, que será custeada pela instituição. Aí, o médico avalia como estão para retorno presencial, e aqueles que forem identificados com alguma suspeita quanto à Covid-19 farão o teste”, explicou.

Para que os profissionais passem por um treinamento antes da volta às aulas, a rede La Salle só irá retomar as atividades presenciais no dia 28 de setembro. “Todos serão treinados para seguir os protocolos de prevenção. Vamos dar todo suporte aos nossos colaboradores”, completou Prates.

Professores e pais desaprovam

Enquanto as escolas veem aspectos positivos na decisão judicial, professores e pais de alunos não aprovaram a sentença. De acordo com o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), Rodrigo de Paula, a entidade esperava que fosse feita uma testagem geral em todos os docentes antes da volta às aulas presenciais.

“Concordamos em acatar a decisão do médico especialista quanto ao tipo de teste. Mas o sindicato não concorda com essa falta de testagem em massa. Respeitamos a decisão, mas vamos recomendar a todos os professores que tiverem qualquer suspeita que solicitem o teste”, ressaltou.

Assim como os docentes, pais de alunos também discordaram da falta de exames para todos os funcionários da rede privada de ensino. Segundo Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), essa questão “traz insegurança” às famílias.

“Isso provoca uma fragilidade, na visão da associação, de se manter um retorno seguro, gradual, para toda comunidade escolar. O DF tinha tudo para ser um modelo e essa decisão, de certa maneira, traz um pouco de insegurança para os pais”, assinala.

Novo calendário

O cronograma de retorno das atividades presenciais nas escolas particulares do Distrito Federal foi aprovado em 24 de agosto. Por meio de audiência de conciliação virtual, entidades representativas da categoria definiram a volta às aulas já a partir de 21 de setembro.

No encontro, ficou acordado que educação infantil e ensino fundamental I voltam em 21 de setembro; enquanto o ensino fundamental II retorna em 19 de outubro. Já o ensino médio e os cursos profissionalizantes retomarão as aulas presenciais em 26 de outubro.

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