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Covid-19: distritais pedem a Ibaneis que faça lockdown em Ceilândia

Cidade é a líder em casos de contaminação e de mortes por coronavírus no DF. Governador estuda fechamento de regiões se números aumentarem

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ceilândia
1 de 1 Ceilândia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Deputados distritais aproveitaram o final da sessão remota da Câmara Legislativa (CLDF) desta terça-feira (02/06) para pedir ao governador Ibaneis Rocha (MDB) que promova lockdown na região administrativa de Ceilândia. A maior cidade do Distrito Federal é a primeira colocada em número de casos confirmados de coronavírus e em mortes por causa da doença.

Dos 11.256 casos confirmados de Covid-19 até as 18h desta terça e das 177 mortes registradas em todo o DF, a cidade registrou 1.204 infectados e 37 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Conforme antecipado pela coluna Grande Angular, do Metrópoles, caso haja aumento desenfreado da doença, o governador Ibaneis Rocha (MDB) está pronto para decretar o lockdown nas regiões onde a situação for mais grave, como Ceilândia, Samambaia, Pôr do Sol, Sol Nascente e Estrutural.

O debate sobre o fechamento completo de Ceilândia foi levantado, na CLDF, pelo deputado Chico Vigilante (PT), que é morador da região e tem a cidade como principal colégio eleitoral. Para o distrital, Ceilândia está abandonada e a população não tem respeitado as orientações de manter o isolamento social.

“A cidade de Ceilândia é a maior do Distrito Federal e com certeza a mais importante.Não conheço um governador ou senador que não tenha começado a campanha aqui pela cidade. Mesmo assim, estamos nessa situação”, registrou o distrital.

“Sei do esforço que está sendo feito, mas a população precisa se conscientizar. Quero pedir ao governador que pense seriamente em fazer um lockdown aqui. As pessoas estão morrendo e não haverá hospital de campanha na cidade”, alertou o petista.

Vigilante criticou os empresários que prometeram construir hospitais de campanha para a reabertura do comércio, mas voltaram atrás. Ele disse ainda que o crescimento dos casos ocorreu após visita à cidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “A população de Ceilândia está amedrontada e precisa que sejam tomadas medidas enérgicas”, completou o distrital.

Tudo normal

O pedido foi seguido pelo presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB). “Estive na cidade de Ceilândia no final da semana passada, nas áreas mais carentes, e me parece que não tem ninguém preocupado com o coronavírus”, registrou.

Segundo o emedebista, campos de futebol estavam lotados e pessoas faziam “churrasquinho” no meio da rua. “Até parece que a doença não chegou lá. Conversei com o governo e pedi para que seja instalado um comitê de crise específico para a Ceilândia, para que sejam tomadas algumas atitudes mais enérgicas com a participação dos parlamentares”, destacou.

Ao defender o endurecimento de medidas de restrição em Ceilândia, Reginaldo Veras (PDT) também criticou a atuação do governo em outras áreas. Ele citou a Feira da Praça do Bicalho, em Taguatinga, onde às 3h do último sábado (30/05) vários órgãos de fiscalização estiveram com a finalidade de “acabar com a atividade dos agricultores que se reúnem ali e multar as pessoas”.

“Não estou questionando a ação propriamente dita, porque algumas feiras ainda não estão permitidas de funcionar. Mas no domingo, na Esplanada dos Ministérios, um monte de gente, muitos vindos de outros estados, se aglomeraram até sem máscaras e não houve nenhuma intervenção do poder público”, comparou Veras.

“Ora, o que serve para um tem de servir para o outro. Ou o Estado funciona para cumprir o decreto ou diz que não dá conta. Não tem sentido todos os domingos o decreto do governador ser desrespeitado”, destacou o pedetista.

O deputado Fernando Fernandes (Pros) afirmou ter pedido à Administração Regional de Ceilândia para interditar os campos de grama sintética e de terra batida, tradição da cidade. Segundo ele, o fornecimento de energia em locais como esses diariamente é chamariz para os praticantes de futebol, assim como do famoso dominó no cruzamento da Caixa D’água, no centro da cidade.

Defesa

O líder do governo, Claudio Abrantes (PDT), defendeu as ações do governador Ibaneis Rocha. Para ele, o chefe do Executivo tem tomado medidas para evitar as aglomerações levando em conta até os pedidos dos distritais.

“Fico vendo o desafio do governador, que tem que tomar atitudes diante dos pedidos de maior flexibilidade ou de endurecimento de medidas. De ações consideradas corretas, mas que deveriam ter sido feitas também em outros locais”, pontuou.

Segundo Abrantes, “o governo não tem dois pesos e duas medidas, mas sim uma dificuldade na fiscalização. O governo tem feito liberações muito paulatinas, muito lentas. É um esforço muito grande para equilibrar essa balança complexa”.

Para o deputado, a maior dificuldade no momento é conseguir a adesão popular para as medidas de combate à Covid-19. O parlamentar acredita que seria importante a realização de mais ações de conscientização. Claudio Abrantes concluiu reforçando que o plano de lockdown do GDF para o Distrito Federal já está pronto, caso seja necessário adotá-lo.

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