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Perito contratado por defesa de Adriana Villela utiliza técnica do FBI

Quem diz é Sami El Jundi, perito criminal chamado pelos advogados da arquiteta, acusada de matar os pais no crime da 113 Sul

atualizado

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André Borges/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 Julgamento-Adriana-Villela-4 - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

A defesa de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do assassinato dos pais e da empregada da família, conhecido como crime da 113 Sul, utilizou técnicas internacionais no caso. No sétimo dia de julgamento, a 24ª e última testemunha, que começou a ser ouvida na tarde deste domingo (29/09/2019), é o perito criminal Sami El Jundi. Ele afirmou no Tribunal do Júri de Brasília ter usado manual do mais famoso departamento de investigação do mundo, o FBI (em inglês, Federal Bureau of Investigation).

Sami El Jundi foi contratado pela arquiteta e teve acesso a cerca de 80 volumes do processo. Isso inclui peças, laudos e depoimentos, a fim de fazer uma análise.

“Utilizo manual do FBI, que inclui analisar as vítimas, laudos de local de crime de necrópsia e outros elementos colhidos. Faço a comparação de tudo isso com os principais depoimentos do processo”, explicou, em frente aos sete jurados que decidirão o destino de Adriana.

A acusada senta no banco dos réus desde segunda-feira (23/09/2019), em um julgamento que entra para a história como o mais longo do Distrito Federal que se tenha notícia.

Especialista

El Jundi é médico, membro do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele participou da exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, em 2013, no âmbito da investigação de eventual envenenamento.

O perito também foi testemunha de defesa de Elize Matsunaga, ré confessa por matar e esquartejar o marido, Marcos Matsunaga, em 2012. No júri da acusada, em 2016, contestou informação de que a vítima foi esquartejada viva.

O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a advogada Maria Villela e a doméstica do casal, Francisca Nascimento Silva, foram mortos em 28 de agosto de 2009 no apartamento da família, na 113 Sul. O trio foi executado com 73 facadas no total. “Temos três vítimas e duas armas brancas que nos apontam claramente para a existência de pelo menos dois agressores no local”, apontou El Jundi.

Testemunha

A primeira testemunha de defesa deste domingo (29/09/2019) foi o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Pedro Gordilho. Ele era amigo de José Guilherme Villela e Maria Villela, pais da arquiteta.

O ex-magistrado contou ter conhecido Maria Villela na década 1950 e José Guilherme, que o sucedeu na cadeira do TSE, nos anos 1960. Desde então, manteve contato com o casal e conheceu a família dos amigos. O ex-ministro testemunhou a favor da filha dos Villelas. “Uma pessoa que pratica a verdade, a bondade e a beleza não contrata assassino para matar os próprios pais”, declarou.

Uma das provas usadas pela acusação para apresentar relacionamento conturbado entre pais e filha é uma carta redigida por Maria Villela à Adriana, de 2006. No texto, a mãe da ré afirma estar “cansada dos destemperos” da arquiteta. Gordilho comentou tratar-se de um “episódio apenas e momento grave”. Pontuou ainda que isso “acontece em todas as famílias”.

Até a manhã deste domingo (29/09/2019), o júri de Adriana Villela durou 65 horas. Com Sami El Jundi, são 24 testemunhas ouvidas: oito de acusação e 16 de defesa. A próxima fase é a leitura de peças do processo, com possibilidade de apresentação de vídeos e fotos. Somente depois é que a ré deve se pronunciar.

Acusação

A arquiteta e jornalista é acusada de ser a mandante do triplo homicídio de José Guilherme, Maria Villela e da empregada do casal, Francisca Nascimento Silva. Eles foram mortos a facadas – 73 no total –, em 28 de agosto de 2009.

Adriana teria contratado o ex-porteiro do prédio dos Villelas Leonardo Campos Alves para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Julgados e condenados, os três estão presos.

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