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Parlamentares do DF são contra federalização das forças de segurança

O Metrópoles apurou que, entre os 11 representantes do DF no Congresso, oito são contra a medida e apenas três ainda não têm opinião formada

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Nuvem de poeira seca no céu da Capital com vista para o Congresso Nacional
1 de 1 Nuvem de poeira seca no céu da Capital com vista para o Congresso Nacional - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende federalizar as forças de segurança pública do Distrito Federal não terá apoio dos senadores e deputados federais eleitos por Brasília. Segundo pesquisa feita pelo Metrópoles, entre os 11 representantes do DF no Congresso Nacional, oito são contra e apenas três ainda não têm opinião formada.

O principal ponto da proposição que não agrada aos parlamentares brasilienses é transformar a Polícia Civil do DF (PCDF), a Polícia Militar do DF (PMDF), a Polícia Penal e o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) em corporações subordinadas ao presidente da República.

Dessa forma, os comandantes de todas as forças da capital federal passariam a ser definidos por meio de nomeação feita pelo mandatário do país.

Já protocolada, a PEC precisa de 27 assinaturas no Senado Federal – um terço da composição – para iniciar a tramitação. Se depender dos três senadores do DF, no entanto, a matéria não terá andamento.

Entre os senadores, Damares Alves (Republicanos) posicionou-se publicamente contra a PEC. Nas redes sociais, ela afirmou que, “do DF, cuidamos nós”. A parlamentar ainda citou que a proposta de Alessandro Vieira quer “retirar dos representantes eleitos pelo povo do DF a prerrogativa de escolher os comandantes das polícias”.

A outra senadora na bancada do DF, Leila do Vôlei (PDT), também se manifestou contra a medida. Segundo ela, a federalização das forças de segurança é um ato político. “O momento em que vivemos não permite medidas pautadas por certo oportunismo político”, afirmou. A parlamentar defendeu a atuação “eficiente” das corporações brasilienses.

No mesmo tom, Izalci Lucas (PSDB) criticou a proposta e afirmou que o próprio governo federal não pretende assumir essa responsabilidade. “Estive com o ministro da Justiça, Flávio Dino [PSB], e ele me disse que não há intenção de mexer no Fundo Constitucional do DF e muito menos na autonomia da polícia na capital. Eu acho péssima a proposta e vou lutar para que ninguém assine”, disse.

Caso chegue à Câmara, a proposta também será rejeitada por pelo menos cinco deputados federais do DF. São eles: Rafael Prudente (MDB), Bia Kicis (PL), Reginaldo Veras (PV), Fred Linhares (Republicanos) e o suplente Paulo Fernando (Republicanos), que assumirá no lugar de Julio Cesar.

Já Alberto Fraga (PL), Gilvan Máximo (Republicanos) e Erika Kokay (PT) preferiram não se posicionar sobre o assunto.

Confira o projeto completo:

PEC Para Federalizar Polícias Do DF by Metropoles on Scribd

Sindicato dos policiais civis propôs outro projeto para as forças de segurança

Os sindicatos dos Policiais Civis (Sinpol) e dos Delegados de Polícia (Sindepo) do Distrito Federal elaboraram um anteprojeto para propor ao Governo Federal a regulamentação do uso das forças de segurança de Brasília e a criação de uma unidade exclusiva da PCDF para apoiar a preservação do patrimônio dos Poderes da União.

No documento das entidades sindicais, a autonomia do GDF na escolha de comandantes das forças de segurança seria mantida, desde que ouvido também o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Já a força especializada seria utilizada em condições ordinárias pelo GDF para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio do Distrito Federal e da União. “Uma unidade especializada da PCDF para dar suporte a proteção das sedes dos Poderes em Brasília se faz necessário. Garantir a manutenção da paz social e da ordem pública também é competência dos policiais civis”, afirma Enoque Venancio de Freitas, presidente do Sinpol-DF.

Confira a proposta na íntegra:

ANTEPROJETO DE MEDIDA PROVISÓRIA by Metropoles on Scribd

A reportagem também procurou o GDF, que não se manifestou sobre o tema.

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