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Vídeo. Paciente denuncia agressão de enfermeiras do Hospital de Base : “Batia na minha cara”

Lays Natália, 34 anos, afirma que foi arrastada e puxada pelo cabelo, pelos braços e pelas pernas. Ela registrou reclamação na Ouvidoria

atualizado

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Hospital de Base.   Brasilia(DF), 08/01/2019
1 de 1 Hospital de Base. Brasilia(DF), 08/01/2019 - Foto: null

Uma mulher que ficou internada por duas semanas no Hospital de Base do Distrito Federal denunciou ter sido agredida por funcionárias da unidade de saúde na madrugada desta segunda-feira (30/8). Segundo Lays Natália Alves, 34 anos, ao passar por uma crise de ansiedade, ela foi puxada pelo cabelo, pelos braços e pelas pernas.

Conforme conta a paciente, foi realizada uma operação no tendão de Aquiles dela durante a tarde de domingo (29) e, na mesa de cirurgia, começou a se sentir mal. Depois do procedimento, chegou a pedir para que tivesse um acompanhante com ela, o que foi negado. “Com ar de deboche, a enfermeira disse que não poderia liberar, pois eu era ‘maiorzinha’ e conseguia me cuidar”, conta.

Durante a madrugada, uma nova crise ocorreu. Lays começou a se sentir sufocada, e as colegas de quarto passaram a gritar por ajuda. Uma enfermeira apareceu, mas não fez nada. Com a insistência, a funcionária retornou e deu um remédio. “Tomei, mas vomitei, pois estava vomitando muito. Aí, ela disse que tinha me dado a medicação, mas, se eu não quis, o problema era meu.”

Ainda passando mal, a paciente ouviu da enfermeira que deveria aguardar o médico ou que ela mesma fosse atrás de um. “Por causa da cirurgia que eu fiz, não posso andar. Eu desci da cama, sentei num lençol e fui me arrastando nos corredores do Hospital de Base até conseguir entrar no elevador”, revela.

Um enfermeiro tentou acalmar Lays, mas a chefe de enfermaria apareceu durante a conversa e começou a puxá-la de volta para o quarto. “Começou a puxar pelos cabelos, tentava me pegar e batia muito na minha cara. Depois, começou a pegar pela perna, e eu comecei a gritar de dor, pois eu tinha acabado de fazer a cirurgia, mas só me largou quando acertei com a minha outra perna o pescoço dela”, lembra.

A técnica que tinha maltratado a paciente anteriormente reapareceu e ameaçou pegar no local da cirurgia para apertar. “Ela olhava para mim, ria e falava que não estava puxando até largar meu pé de uma altura de meio metro e bater com tudo no chão”, detalha.

Veja imagens das agressões e um vídeo logo após o ocorrido:

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Lays tentou, então, descer pelas escadas, mas a chefe da enfermagem voltou dizendo que a amarraria pelo pescoço. “Ficou um movimento como se fosse de forca, a outra tentou me pegar pela perna, mas eu disse que ia buscar meus direitos. Foi aí que apareceu um vigilante, e um enfermeiro me levou de volta.”

Veja o relato

Ela recebeu alta nesta segunda-feira e foi à direção do Hospital de Base registrar a reclamação. Fez a mesma coisa na Ouvidoria e informou ao Metrópoles que registraria uma ocorrência na 5ª DP.

O que diz o Iges-DF

Procurado, o Instituto de Gestão Estratégica do DF (Iges-DF), responsável pela direção do Hospital de Base, disse em nota que após análise preliminar da Comissão de Ética e outras áreas atuantes, “não foi constatada nenhuma agressão por parte de profissionais de saúde contra a paciente”.

O instituto diz que imagens registradas nas câmeras de seguranças da unidade foram avaliadas, bem como os relatos das equipes assistenciais de segurança institucional. “O HB não vai divulgar mais informações para preservar a imagem da paciente”, completaram.

“A Superintendência do HB reforça que a conduta de seus profissionais é baseada em respeito, empatia, nos códigos de ética, legislações vigentes e humanização do atendimento. O HB ressalta, ainda, que repudia qualquer ato de agressão dos colaboradores”, finalizam.

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