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ONG do DF vive drama para fornecer água a dependentes químicas

Instituição acumula dívida de R$ 30 mil com a Caesb desde que abastecimento de água da nascente foi interrompido, em janeiro deste ano

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Parede com placa e casa com mesas ao fundo
1 de 1 Parede com placa e casa com mesas ao fundo - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

A Casa Maria de Magdala, unidade da organização não governamental (ONG) Salve a Si, que acolhe mulheres com dependência química, vive dificuldades para garantir o acesso a água desde janeiro deste ano. A chácara fica no Núcleo Rural Nova Betânia, em São Sebastião.

Além da Casa, outras sete chácaras da região vivenciam o problema de fornecimento. Segundo o presidente e fundador da ONG, Henrique França, a vizinhança era abastecida por uma nascente, mas, no fim de janeiro, um desmoronamento provocado pelas chuvas impediu a passagem da água para as chácaras.

“A gente tinha um abastecimento de água de nascente que passava em várias chácaras e chegava ate nós. Não somente para abastecer os tanques de peixes e para a plantação, mas servia também para tomar banho e lavar roupa. Usávamos a água da Caesb só para beber e fazer alimento”, conta Henrique.

“Só que, com a chuva, um barranco desmoronou, e a água foi represada, não descia mais até aqui. Desde então, passamos a consumir água da Caesb para tudo, e estamos com uma dívida de R$ 30 mil com a Caesb”, completa.

Moradores tentaram, então, conversar com um vizinho para realizar uma obra em sua propriedade, passando canos por baixo do terreno para que as outras casas sejam abastecidas. Porém, o vizinho não teria aceitado. “A gente tentou articular com ele, porque a água é um direito de todos, mas ele foi extremamente rude e disse que não deixaria”, diz Henrique França.

Na terça-feira (12/3), representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento de Desenvolvimento Rural (Seagri) estiveram em uma chácara de um morador da região para conversar com a comunidade e avaliar a situação.

“Foram quatro técnicos para uma reunião e falaram que a gente precisaria criar uma associação dos moradores, registrar em cartório e entrar em contato com a Emater, com a Seagri e com o Ibram após ter o CNPJ da associação. Disseram para irmos atrás de algum deputado para conseguir emenda parlamentar que possibilite levar água para as chácaras”, relata Henrique.

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Burocracia

Para ele, contudo, o processo burocrático pode demorar mais do que a ONG pode esperar. “Aqui na Casa Maria de Magdala são 40 mulheres, além dos profissionais. E isso seria para quando? A gente precisa de um posicionamento do secretário de agricultura, do presidente da Emater. Eles têm cano, eles têm recurso, não deveria ser preciso a gente bater em porta de deputado para pedir emenda parlamentar para isso. Precisamos de um posicionamento para trazer uma solução para a instituição”, diz.

“Nossos peixes todos morreram. Puxamos água de poço artesiano para abastecer, mas a gente não pode mais criar peixes, não pode mais usar água no jardim e estamos com uma conta da Caesb altíssima”, lamenta.

Conforme conta Henrique, a ONG desembolsa mensalmente cerca de R$ 60 mil para manter o tratamento das mulheres que vivem na Casa de Maria de Magdala. “Vivemos de doações e de parcerias com empresas. Temos um pequeno convênio com o governo, que cobre o tratamento de 20 moças, mas temos 40.”

“Graças a Deus a gente descobriu agora esse outro ponto de nascente. A única questão é a gente conseguir que os órgãos unam esforços com brevidade. Temos esse canal, mas para isso precisamos que eles intervenham em um plano emergencial”, finaliza o fundador da ONG.

Como ajudar

Quem quiser ajudar a instituição pode fazer doação de qualquer valor por Pix para (61) 9997-5010, ou pelo QR Code:

O que dizem os órgãos citados

Procurada, a Seagri disse que “o primeiro passo para a resolução da situação é acionar formalmente a Secretaria da Agricultura”. “O segundo passo é a elaboração de projetos coletivos, e a Seagri-DF se compromete a fazer isso imediatamente, com previsão de finalização em até duas semanas”, informa.

“Com o projeto elaborado, podemos saber o quantitativo de tubulação, a viabilidade, os custos e que tipo de intervenção precisa ser feita. Hoje, a recuperação e construção de canais é uma rotina para a Seagri-DF, sendo realizada por todo o DF”, pontuou a pasta.

Já a Emater afirmou que esteve com a Secretaria de Agricultura no Núcleo Rural Nova Betânia, em São Sebastião, “em atenção à demanda da comunidade, com o objetivo de encontrar soluções para o problema relatado”. “Na visita, orientamos a comunidade sobre o programa de recuperação de canais de irrigação do GDF, coordenado pela Secretaria de Agricultura, e nos colocamos à disposição para a elaboração do projeto de recuperação e para articulação com as instituições responsáveis pela gestão e regulamentação do uso da água no DF.”

“A orientação de formalizar uma associação é uma das etapas para solução definitiva do problema, que também envolve licenciamento ambiental e outorga de uso da água. Também abordamos na reunião formas de captação de recursos para a execução da obra de maneira mais célere. Nos colocamos à disposição para atender, dentro das nossas competências, as demandas dos produtores da região”, finalizou.

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