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Vídeo: suspeito joga celular pela janela antes de prisão por fraude

No total, os policiais cumpriram sete mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão contra o grupo criminoso

atualizado 28/10/2021 14:05

Suspeito joga celular pela janela Reprodução

Antes de ser preso, em uma tentativa de dificultar as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), um suspeito, alvo da Operação SSP Brasil, deflagrada nesta quinta-feira (28/10), jogou documentos e celulares pela janela.

A ação, entretanto, foi flagrada por policiais que cercavam o imóvel do criminoso, em um condomínio localizado em Valparaíso (GO). O grupo é investigado por cometer fraudes que resultaram em prejuízo de R$ 300 milhões ao cofres públicos.

No total, os policiais cumpriram sete mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão contra o grupo criminoso. Os acusados são especializados em falsificação de documento público, principalmente identidades.

A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor), identificou núcleos que compõem o grupo investigado.

O primeiro, chamado núcleo executivo, é formado por integrantes de uma mesma família. Eles falsificavam documentos públicos, utilizando espelhos de documento de identidade de várias unidades da Federação.

O segundo núcleo é o contábil, constituído por contadores e técnicos em contabilidade que ficam responsáveis por realizar a abertura de empresas de “fachada”, com quadro societário composto por pessoas fictícias, criadas com base nos documentos fraudados pelo núcleo executivo.

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Por fim, o núcleo operacional, responsável em emitir notas fiscais eletrônicas em nome das empresas de fachada visando, com isso, obter créditos tributários e reduzir o recolhimento de tributos.

10 anos

A investigação apontou que o grupo criminoso atua há, aproximadamente, uma década no Distrito Federal. Há 12 inquéritos em curso na DOT que apuram as práticas criminosas dos suspeitos.

Segundo a PCDF, a ação visa consolidar e reforçar os elementos probatórios coletados para sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, além de apreensão de bens e valores para viabilizar o ressarcimento dos cofres públicos.

As diligências são cumpridas no Distrito Federal, no Entorno e na região metropolitana de Goiânia, em residência de contadores e de falsários, assim como em empresas participantes do esquema e na casa de alguns empresários.

Apoio

Participaram da ação cerca de 100 policiais da Polícia Civil do Distrito Federal, além de equipes da Polícia Civil de Goiás. Durante a investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária contou com auxílio da Subsecretaria da Receita da Secretária de Estado de Economia do Distrito Federal (Surec/Seec) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, por meio da Promotoria de Defesa da Ordem Tributária.

Os suspeitos são investigados por organização criminosa, sonegação fiscal, falsificação de documento e uso de documento falso, e, caso condenados, podem pegar até 30  anos de prisão.

O nome da operação é uma alusão ao fato de o grupo falsificar identidades de várias unidades da Federação.

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