Vídeo: PCDF prende conselheira tutelar suspeita de ligação com tráfico
A mulher teria supostamente contado com estrutura montada pelo esquema do tráfico para bancar a campanha e se eleger
atualizado
Compartilhar notícia

O Conselho Tutelar da Asa Sul foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta quarta-feira (4/5). A suspeita é que uma conselheira que atua no local tenha envolvimento com o tráfico de cocaína. A investigada foi presa no âmbito da Operação Sistema, conduzida pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Segundo as investigações, o homem que controlava um dos núcleos responsáveis pelo tráfico de centenas de quilos de cocaína, em várias cidades da Região Centro-Oeste, bancou a campanha da mulher.
A PCDF não divulgou o nome do traficante detido, mas a coluna apurou que a conselheira alvo de um dos mandados de prisão temporária é Danielle Damasceno Reis, ex-companheira do “Rei da Telebrasília”. Popular nesta região, o então marido de Danielle organizava ações sociais, como a distribuição de brinquedos e cestas básicas na comunidade.
O suposto envolvimento da conselheira com o esquema milionário de tráfico de cocaína também está ligado à facilitação para garantir a lavagem de dinheiro. Conforme narram os agentes que participaram da operação, parentes de Danielle teriam fornecido contas bancárias para que o dinheiro do tráfico fosse movimentado sem suscitar qualquer suspeita sobre os reais donos do dinheiro. Os laranjas ainda faziam depósitos, transferências e saques em dinheiro de grandes valores.
Operação Sistema
Complexo e estruturado, o esquema criminoso usado para financiar, transportar, armazenar e distribuir centenas de quilos de cocaína foi desarticulado nesta quarta-feira (4/5). Ao longo de três anos, investigadores da Cord mapearam a ação da quadrilha responsável por abastecer grandes traficantes do Centro-Oeste.
Até a última atualização da reportagem, a Cord havia contabilizado 15 prisões temporárias no DF e sete prisões em flagrante contra pessoas que não tinham mandados judiciais.
Confira imagens da operação:

Operação tem como alvo esquema criminoso usado para financiar, transportar, armazenar e distribuir drogas Rafaela Felicciano/Metrópoles

Operação Sistema cumpre 14 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensão no DF Rafaela Felicciano/Metrópoles

Policiais estão nas ruas desde o começo da madrugada desta quarta-feira (4/5) Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Policiais usam helicóptero na operação Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Operação na Vila Telebrasília Rafaela Felicciano/Metrópoles

PCDF/Divulgação

Dinheiro apreendido PCDF/Divulgação

Remédios encontrados por policiais PCDF/Divulgação

Traficantes lavavam dinheiro em empresas fantasmas PCDF/Divulgação

Arma de fogo PCDF/Divulgação

Armas foram localizadas PCDF/Divulgação

Entorpecente apreendido PCDF/Divulgação

Preso em Mato Grosso PCDF/Divulgação

Operação da PCDF contra o tráfico de drogas na Vila Telebrasília Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ação teve apoio do DOE Rafaela Felicciano/Metrópoles

Homem preso por tráfico Rafaela Felicciano/Metrópoles

Carro de luxo apreendido Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quadrilha chegou a adaptar caminhão para transportar droga Rafaela Felicciano/Metrópoles

Todos os líderes da quadrilha foram presos Rafaela Felicciano/Metrópoles

Organização especializada no tráfico de cocaína Rafaela Felicciano/Metrópoles

Carros apreendidos Rafaela Felicciano/Metrópoles

PCDF e MPDFT deflagram a Operação Sistema Rafaela Felicciano/Metrópoles

Operação sistema Rafaela Felicciano/Metrópoles

Delegados e promotor responsáveis pela investigação Rafaela Felicciano/Metrópoles

Delegado da Cord, Paulo Pereira Rafaela Felicciano/Metrópoles

Promotor Luiz Humberto Rafaela Felicciano/Metrópoles



A Operação Sistema cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão no DF e, com apoio de outras forças policiais, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Após solicitação da PCDF, a Justiça deferiu o sequestro de 56 bens móveis e imóveis, como 29 veículos – entre eles, três Porsches e cinco jet skis. Também foi solicitado o bloqueio das contas bancárias de todos os alvos, incluindo um prédio inteiro na Vila Telebrasília.
As investigações apontam que a organização criminosa era dividida em dois núcleos que funcionavam como um “sistema nervoso” do grupo, exercendo a liderança das ações, o planejamento do transporte da cocaína, o armazenamento e a distribuição da droga. O primeiro núcleo, sediado na Vila Telebrasília, era supostamente comandado por um homem conhecido como o “Rei” da região. O segundo ficava sob a responsabilidade dos “Irmãos do Pó”, que ditavam as ordens baseados em Samambaia. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Faturamento milionário
De acordo com as investigações, a rentabilidade com a venda do pó fez com que os traficantes movimentassem pelo menos R$ 10,4 milhões nos últimos três anos. Geralmente os criminosos negociavam a compra dos carregamentos de cocaína no Mato Grosso do Sul e utilizavam batedores ao longo do trajeto a fim de garantir o desvio de possíveis pontos de bloqueio montados pelas Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Após viajar por estradas vicinais e de pouco movimento, os carregamentos chegavam escondidos em caminhões e eram descarregados em uma propriedade rural na região de Uruaçu, em Goiás. Lá, a substância era fracionada e revendida a grandes e médios traficantes que atuam na capital do país. Há, também, informações sobre parte da cocaína ter como destino outros estados da Região Centro-Oeste e do Sudeste.
Antes da deflagração da operação, a polícia já havia dado dois duros golpes no esquema da organização, quando carregamentos de cocaína foram apreendidos. O primeiro foi interceptado em novembro do ano passado, em Uruaçu. Na ocasião, 300 quilos do pó eram transportados em um compartimento falso de um caminhão. O segundo carregamento também foi apreendido na cidade goiana, em 24 de fevereiro deste ano, quando 250 quilos da droga foram localizados pelos policiais.