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Vídeo: bando cria delegacia falsa para “denunciar” golpe dos nudes

Uma quadrilha especializada na fraude foi alvo da Polícia Civil do DF nesta sexta-feira (29/4), no Rio Grande do Sul

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golpe dos nudes
1 de 1 golpe dos nudes - Foto: Reprodução

Com cenários realistas e interpretações emocionadas, criminosos se passam por policiais para faturar com o chamado “golpe dos nudes“. O objetivo do grupo é extorquir pessoas de alto poder aquisitivo. Para isso, usam até mesmo algemas e armas falsas.

Uma quadrilha especializada na fraude foi alvo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta sexta-feira (29/4), no Rio Grande do Sul. O grupo faturou ao menos R$ 549 mil ao se passar por adolescente e enviar nudes para moradores da capital federal. Os vídeos usados para chantagear as vítimas já foram utilizados pelo bando diversas vezes, inclusive por outros estelionatários. As imagens são compradas na internet. Segundo os investigadores, ainda há vítimas caindo no mesmo golpe.

De acordo com a PCDF, a fraude funcionava da seguinte forma: os criminosos selecionam as vítimas em potencial nas redes sociais. Os critérios envolvem faixa etária e status social. Eles fazem contato por mensagem e iniciam o assédio.

Um criminoso, passando-se por uma mulher bonita, finge interesse, faz elogios e pede o contato de WhatsApp da vítima, na intenção de manter contato de forma mais reservada. A vítima acaba cedendo e passa a ter conversas íntimas, acreditando tratar-se de outra adulta.

Nessas conversas, a suposta mulher passa a enviar nudes e solicita o mesmo. Após a vítima estar completamente envolvida, entra em cena outra golpista, fingindo ser mãe de uma adolescente, com quem o adulto estaria, de fato, conversando. A vítima, então, é informada que na verdade a troca de mensagens de teor erótico teria sido feita com uma menina, de apenas 13 anos.

Ameaçando levar o caso à polícia, os criminosos passam a extorquir as vítimas, exigindo altas quantias. Quando as vítimas resistem em fazer os depósitos, para dar credibilidade ao teatro, enviam vídeos nos quais os supostos pai/mãe da menina estão na polícia falando com o delegado.

Outras vezes, os criminosos também ligam fingindo ser policiais e exigem o dinheiro para arquivar a ocorrência. Quando as vítimas fazem a transferência, os golpistas enviam um vídeo no qual quebram um celular com martelo, dizendo que o aparelho seria da suposta mulher e que a vítima poderia ficar tranquila, pois a mensagem teria sido destruída.

Os responsáveis pelos envios das mensagens usaram servidores internacionais para manterem-se camuflados. Todos os envolvidos serão indiciados por extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro com penas que podem chegar a 26 anos de reclusão.

Investigação

A investigação começou com o registro de ocorrência de uma vítima do DF, que teria pago cerca de R$ 15 mil ao grupo. Todavia, as informações coletadas durante a apuração indicaram pelo menos outras 15 vítimas, espalhadas pelos estados de Minas Gerais (MG), Mato Grosso do Sul (MS) e Mato Grosso (MT), Goiás (GO), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS).

Uma das vítimas chegou a ter prejuízo de R$ 220 mil. Outras optaram por não registrar ocorrência por sentirem-se envergonhadas. Os valores eram depositados de maneira fragmentada, em dezenas de contas, que depois eram concentradas em um indivíduo central, alvo das buscas desta manhã.

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