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Major da PMDF que deu ordem para tropa recuar em ato golpista é preso pela PF; vídeo

O major Flávio Silvestre de Alencar foi preso nesta fase da Operação Lesa Pátria. Ele ordenou a saída do Choque da lateral do Congresso

atualizado

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Matheus Veloso/Metrópoles
Atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília
1 de 1 Atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (23/5), a 12ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que se omitiram e fomentaram o ato golpista ocorrido em 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), sedes dos Três Poderes. Os alvos são policiais militares do DF, que supostamente teriam se omitido diante dos atos de vandalismo na Esplanada dos Ministérios.

TV Globo/Reprodução

O major Flávio Silvestre de Alencar (foto acima) foi preso nesta fase da operação. No dia do ato golpista, ele ordenou a saída do Batalhão de Choque da lateral do Congresso Nacional, para resgatar o então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira, e outros policiais feridos.

São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, todos efetuados no Distrito Federal e expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Inicialmente, a PF anunciou que cumpriria dois mandados de prisão, mas a informação foi retificada às 8h30.

Os fatos investigados constituem, em tese, os seguintes crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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Alvo de operação

Imagens do STF mostram o momento em que o major Flávio Silvestre desce de uma viatura e orienta os policiais do Batalhão de Choque posicionados na via lateral do Congresso a saírem da área, deixando o caminho livre para a Corte. Em seguida, os extremistas desceram em direção ao Supremo e invadiram o prédio.

Assista à chegada do major à Esplanada:

O major chegou a ser preso na quinta fase da operação, em 7 de fevereiro deste ano. Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que soube do ferimento do então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, e de outros policiais. Por isso, solicitou ao tenente Martins, que comandava a ação da tropa de Choque, que lhe concedesse quatro viaturas e 16 policiais para acompanhá-lo até o interior do Congresso Nacional.

“Solicitou ao tenente Martins que lhe dispusesse quatro viaturas do choque, ou seja, 16 policiais, para que o acompanhassem até o interior do Congresso Nacional, para resgatar o comandante-geral, assim como outros policiais que ali estariam cercados e feridos”, disse, no depoimento.

Veja a ação completa dos golpistas:

O então comandante-geral da PMDF foi ferido durante atuação nos atos bolsonaristas na Praça dos Três Poderes. Em imagens, o coronel aparece sangrando na região do rosto.

Questionado se considerava que a saída do Choque teria facilitado a invasão do STF, respondeu que os policiais estavam fora da viatura, mas não entraram em confronto com os manifestantes, e afirmou que entre 25 e 30 policiais permaneceram no local. Para o major, o Choque não conseguiu conter os manifestantes porque acabaram as munições químicas.

“A retirada dos 16 policiais para lhe acompanhar não prejudicou o confronto com os manifestantes. Que permaneceram no local, na via S1, ao lado do Congresso Nacional, confrontando os manifestantes de 25 a 30 policiais do choque, impedindo que os manifestantes descessem para a Praça dos Três Poderes e chegassem ao STF”, afirmou.

O major estava lotado no 6º Batalhão, da Esplanada. Ele relatou que foi convocado para trabalhar na véspera da manifestação, às 18h, pelo coronel Casemiro, “sem a formalização da escala de serviço”.

Procurada pela reportagem, a PMDF não havia se manifestado até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.

Mantida prisão de Naime

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga os atos antidemocráticos, manteve a prisão do coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime.

Ele era chefe do Departamento de Operações (DOP) da PMDF, mas estava de folga em 8 de janeiro e foi substituído dias antes pelo coronel Paulo José Ferreira. Na data dos ataques golpistas, Naime chegou a ir à Esplanada dos Ministérios, prendeu manifestantes e foi ferido por rojão.

Moraes entendeu que os requisitos para decretação da prisão preventiva permanecem os mesmos e sem qualquer fato novo que justificasse a revogação.

Réus na Justiça

Parte dos presos pelas ações antidemocráticas já se tornou ré na Justiça. Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 1.390 pessoas, e o pedido foi acatado pelo Supremo.

A Corte inicia, nesta terça-feira (23/5), o julgamento de mais 131 denúncias. Até 29 de maio, os ministros decidem se os investigados viram réus no âmbito do Inquérito nº 4.921. Trata-se do sexto bloco de apreciação submetido ao colegiado.

Nessa nova leva, o julgamento é parte do inquérito que investiga os autores intelectuais e as pessoas que instigaram os atos. A acusação é incitação ao crime e associação criminosa.

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