PCDF prende último foragido de bando que dava golpe do falso sequestro
Criminosos ligavam para idosos afirmando terem sequestrados algum familiar e exigiam determinadas quantias como suposto resgate
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), prendeu, nesta segunda-feira (21/3), o último foragido da Operação Fraus, que reprimiu uma organização criminosa voltada para a prática de diversos crimes de extorsão mediante golpe do falso sequestro. O homem foi detido em Ceilândia.
Os policiais também apreenderam a motocicleta que ele utilizava nas ações de coleta de pertences das vítimas. O bando preso por aplicar um golpe do falso sequestro no DF fez várias vítimas. Em um dos casos, uma idosa ficou desesperada, acreditando que a filha corria perigo de vida.
Áudio obtido pela coluna mostra o momento em que a vítima recebe ligação de uma mulher fingindo ser sua filha. Ela pergunta: “É você, Elisângela?”. A mulher confirma e pede para a idosa conversar com os falsos sequestradores e não desligar o telefone.
Logo depois, um dos criminosos diz para a vítima que “só vai acontecer maldade com ela se a senhora desligar ou falar com alguém o que está acontecendo”. A idosa, então, pede: “Deixa minha filha em paz”.
Ouça o áudio:
Entenda
A 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) deflagrou, na quarta-feira (16/3), a Operação Fraus. Foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão. Na sexta-feira (18/3), outro foragido da operação foi preso, no Paranoá. A moto que ele usava também foi apreendida.
Os criminosos ligavam para as residências das vítimas afirmando terem sequestrados algum familiar. Assim, exigiam determinadas quantias como suposto resgate. O bando enviava um motoboy a fim de buscar os valores diretamente na cada das vítimas, sobretudo, durante a madrugada. Um vídeo flagrado por câmeras de monitoramento mostra o momento em que uma idosa entrega o dinheiro a um dos bandidos. Assista abaixo:
O modus operandi da quadrilha causou grande trauma nas vítimas, que temiam que os bandidos soubessem seus endereços. Segundo a polícia, os motoqueiros eram usados em diversos momentos nos quais as vítimas, geralmente idosas, não sabiam realizar transferências pelo aplicativo ou Pix. Dessa forma, os suspeitos exigiam a entrega de quantias em espécie, ou quando as vítimas afirmavam que possuíam joias e demais objetos de valor em casa.
Em determinados casos, as vítimas eram obrigadas a se deslocarem à agência bancária para transferência de valores ou efetuar o saque. Depois, entregavam nas mãos do motoqueiro. A corporação afirmou que os alvos têm conexões com integrantes do Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, e as investigações prosseguirão para identificar o restante dos criminosos.