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PCDF investiga dois casos de cães mortos após comerem petisco

Em um dos casos, a cadela foi internada com suspeita de gastrite por alteração alimentar e pancreatite. Após a cirurgia, o animal morreu

atualizado

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CapuskiGetty
foto colorida de cachorro branco deitado sobre um sofá e com geladeira azul ao fundo
1 de 1 foto colorida de cachorro branco deitado sobre um sofá e com geladeira azul ao fundo - Foto: CapuskiGetty

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga mais dois casos em que cães sofreram intoxicação alimentar. No total, dois pets morreram na capital federal e uma está em estado grave. Todos comerem petiscos com suspeita de contaminação.

Tutores de dois animais registraram ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Amostras do alimento foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. Nessa sexta-feira (9/9), o Metrópoles mostrou que uma cadela da raça lhasa-apso, de 1 ano, passou mal após ingerir o petisco.

Durante a semana, delegacias espalhadas pelo país receberam relatos de 48 óbitos de cachorros após a ingestão de petiscos com suspeita de contaminação. Na capital do país, o primeiro caso foi registrado ainda em fevereiro deste ano, quando uma cadela da raça yorkshire morreu. Ela havia comido os petiscos e, instantes depois, ficou apática e não aceitou mais a ração.

Bassar Indústria e Comércio

No dia seguinte, a cadela foi internada com suspeita de gastrite por alteração alimentar e pancreatite. Logo após a cirurgia, o animal morreu. O dono da yorkshire informou que, somente agora, com a divulgação recente de casos semelhantes na imprensa relatando diversas mortes suspeita, decidiu comunicar os fatos.

Veja explicação da delegada Bruna Eiras:

 

Fezes com sangue

Em outro caso também apurado pela 2ª DP, um cão da raça spitz alemão foi internado em estado grave após comer o petisco. De acordo com as investigações, o animal ingeriu o alimento em 1º de setembro e, duas horas depois, passou a defecar sangue e a vomitar.

Já na clínica, o cão continuava defecando sangue em profusão. O animal encontra-se internado, desidratado, tomando soro e corre risco de morrer.

Ao redor do país, além do DF, há relatos de mortes em pelo menos nove unidades da Federação: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Goiás.

Petiscos investigados

A coluna Na Mira apurou que três marcas de petiscos são investigadas por suspeita de contaminação: Dental Care, Every Day e Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar. Os alimentos teriam a presença de monoetilenoglicol. A substância é tóxica e pode levar à insuficiência renal.

A Bassar anunciou, na quarta-feira (7/9), que está realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca. A empresa pede aos consumidores que entreguem no local de venda os itens adquiridos anteriormente.

Veja a nota da Bassar, na íntegra:

A Bassar Pet Food informa que exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontaram indícios de que o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar Pet Food de um de seus fornecedores, estaria contaminado com etilenoglicol.

Por isso, a empresa está realizando um recall de todos os seus produtos junto a seus consumidores, solicitando que entreguem no local de venda os itens que já tenham adquirido anteriormente. A Bassar Pet Food já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção na semana passada.

O ofício 424/2022 do MAPA, divulgado em 6 de setembro, alerta todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido esta matéria-prima desse fornecedor, pertencente a um grande grupo econômico mineiro, para que retirem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado.

A Bassar Pet Food é a maior interessada no esclarecimento dos fatos, apoia as investigações do MAPA e das autoridades policiais e está colaborando com as investigações para a elucidação do caso.

Em complemento às investigações oficiais, estão sendo finalizados trabalhos de perícia na Bassar Pet Food em todo o processo de produção e maquinários em sua própria fábrica e de todas as matérias-primas que compõem seus produtos finais, cujas análises preliminares convergem no mesmo sentido do que está sendo apontado pelas autoridades. A empresa reforça que o etilenoglicol não faz parte de nenhuma.

De modo preventivo, a companhia está retendo em todo território nacional todos os produtos produzidos em sua planta fabril até que os laudos definitivos sejam concluídos.

A Bassar Pet Food se solidariza com todos os tutores de pets – a razão de nossa empresa existir. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br. etapa da sua cadeia de produção“.

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