Alvos de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (17/8), extremistas que estiveram na Esplanada dos Ministérios no dia dos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023 usaram códigos próprios para combinar as invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Um dos termos seria a palavra “Selma”, em alusão à saudação “Selva” — adotado por forças militares brasileiras, em especial o Exército.

A Agência Pública, que fez um levantamento com base em publicações nas redes sociais, verificou que um dos perfis mais ativos na divulgação do código foi o de uma internauta identificada apenas como “Vanessa”. No perfil @Vanessasdireita, a página bolsonarista fez ao menos 57 publicações com o código “Selma”.

O perfil da apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta indícios de automatização e tem mais de 14,3 mil tuítes publicados, quantidade significativa se considerada a data de abertura da conta na plataforma X, o antigo Twitter: novembro de 2022.

Postagens com uso do termo “Festa da Selma” eram usados pelos bolsonaristas na internet para se referir aos planos para invasão a prédios públicos dos Três Poderes, na capital federal.

Veja imagens:

Selma 2

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Selma

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Em uma das publicações, “Vanessa” afirmou que “a festa da Selma hoje vai está [sic] bombando”. “Não param de chegar convidados! Ela pediu para vocês viralizar [sic] esse convite! A entrada é liberada para todos os patriotas do Brasil, tirando crianças e idosos. Vai ser o maior Show de todos os tempos, não fique de fora Felicidades Selma [sic]”, publicou.

Na sequência, com o segundo maior número de interações verificado pelo levantamento, aparece o perfil @SianoAker. A apuração da Agência Pública revela que o usuário usou o termo “Selma” em 41 oportunidades. Em uma delas, afirmou: “A festa da Selma não tem dia para termina [sic]”. “Preparem-se para acampar, cozinhar e usar os banheiros daí. Não arredem o pé”.

Em algumas ocasiões, o código era acompanhado da hashtag #BrazilianSpring (“primavera brasileira”, em tradução livre do inglês). Trata-se de termo apropriado dos movimentos em países árabes, originado da Primavera Árabe — movimento revolucionário ocorrido no Oriente Médio e no Norte da África em 2010.

Lesa Pátria

Em mais uma fase da operação Lesa Pátria, a Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (17/8), 10 mandados de prisão preventiva contra responsáveis por convocar nas redes sociais participantes para o ato extremista de 8 de janeiro de 2023.

Entre os alvos de mandados de ao menos seis mandados de prisão, nesta manhã, estão o pastor evangélico de Santa Catarina Dirlei Paiz e a cantora gospel Fernanda Ôliver, como apurado pela coluna Na Mira.

Pastor Dirlei Paiz

Pastor Dirlei Paiz Site do pastor Dirlei Paiz

Cantora gospel Fernanda Ôliver

Cantora gospel Fernanda Ôliver Reprodução/Redes sociais

Cantora gospel Fernanda Ôliver

Fernanda Ôliver é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Reprodução/Redes sociais

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