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Condenado por matar servidora do TSE a tesouradas é achado morto na Papuda

Alan Fabiano Pinto de Jesus havia sido condenado a 24 anos de prisão pelo feminicídio da servidora Luciana de Melo Ferreira, em 2019

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Alan Fabiano de Jesus
1 de 1 Alan Fabiano de Jesus - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Condenado a 24 anos de prisão pelo feminicídio da servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana de Melo Ferreira, Alan Fabiano Pinto de Jesus foi encontrado morto na segunda-feira (3/4), dentro da própria cela, no Centro de Detenção Provisória I, na Papuda. Luciana faleceu após ser atacada com 48 golpes de tesoura, dentro do próprio apartamento, no Sudoeste, em dezembro de 2019.

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Alan no dia em que foi preso:

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A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encaminhou ofício à Vara de Execuções Penais (VEP) em que requisita informações sobre a morte do condenado. Em 27 de março, os deputados distritais receberam a informação de que Alan teria sido agredido por policiais penais ao ser transferido de ala.

De acordo com o documento, o detento teria relatado que sofreu diversas agressões físicas, ameaças e retirada injustificada de produtos de higiene. Ele ainda solicitou que fossem verificadas as câmeras internas de segurança para comprovar as violências sofridas.

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) informou que o custodiado estava com um lençol amarrado na brisa de ventilação e preso ao pescoço. “Foi realizada perícia do IML/PCDF [Instituto de Medicina Legal da Polícia Civil do Distrito Federal] e aberto procedimento apuratório para investigar os fatos. Destaca-se que o custodiado estava sozinho na cela”, disse, em nota.

A defesa de Alan afirmou que o detento nunca atentou contra a própria vida e que a família não acredita na versão narrada pelo presídio. “Constatando qualquer indício que contradiga a narrativa, [a defesa] espera responsabilização, seja pela ação ou omissão dos agentes do Estado”, cobrou a advogada Kelly Moreira. “Tão logo concluída a perícia e apresentados os laudos, constatada a responsabilidade do Estado, as medidas judiciais serão adotadas a pedido da família.”

O crime

Alan havia sido condenado, em dezembro de 2021, pelo assassinato da servidora. A Justiça considerou quatro qualificadoras contra o ex-namorado da vítima: uso de meio cruel, modo que impossibilitou defesa da vítima, motivo torpe e feminicídio.

O crime ocorreu em 21 de dezembro de 2019 e chocou a capital federal. Os peritos criminais encontraram 48 perfurações no corpo de Luciana. Vários ferimentos foram sobrepostos e se concentraram na parte cervical posterior, ou seja, a maioria dos golpes foi desferida nas costas, de forma brutal e covarde.

As investigações apontaram que Alan ficou de tocaia no quarto andar do prédio onde a ex morava, no Sudoeste. Quando Luciana percebeu a presença do ex-namorado no corredor, tentou fechar a porta, mas ele a impediu com as mãos e forçou a entrada no apartamento.

O assassino chegou a confessar o crime e disse que foi ao local para tentar retomar o relacionamento com a vítima, mas a mulher não quis ouvi-lo.

As mesmas câmeras que flagraram a invasão de Alan também registraram o instante em que ele deixa o local. O assassino, que segurava a bolsa da vítima e vestia calça vermelha e camisa de capuz, desceu os degraus silenciosamente, com cuidado, para não ser visto.

Em determinado momento, Alan apressa o passo e deixa o prédio. Os investigadores acreditam que a intenção de carregar consigo os pertences de Luciana visava simular um latrocínio (roubo com morte).

Veja:

Nota da Vara de Execuções Penais

A Juíza da Vara de Execuções Penais (VEP/DF) informa que foi comunicada, na manhã dessa segunda-feira (3/4), sobre a morte do preso dentro do Centro de Detenção Provisória I (CDP). No início da tarde, ela recebeu “petição da advogada do mesmo preso afirmando que ele havia sido agredido por policiais antes de suicídio”.

De imediato, a Juíza determinou a instauração de processo apuratório e as providências cabíveis estão sendo adotadas desde o dia 3 de abril.

Após a apuração os autos serão encaminhados ao Ministério Público, que é a autoridade competente para apresentar eventual denúncia perante a Justiça, caso seja configurado algum crime.

A magistrada esclarece que o processo está sendo acompanhado pela advogada do preso que será intimada de todos os atos praticados.

Sobre o ofício do deputado, a Juíza informa que ainda não recebeu o documento e, assim que receber, que analisará o conteúdo.

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