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Ex que matou policial da Deam foi encontrado após oferecer R$ 3 mil a motorista de app

Leandro Peres Ferreira morreu durante troca de tiros com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), na madrugada desta 2ª feira

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homem de boné e camisa azul saindo de portaria de condomínio
1 de 1 homem de boné e camisa azul saindo de portaria de condomínio - Foto: Reprodução

O depoimento de uma testemunha foi crucial para localizar o paradeiro de Leandro Peres Ferreira (foto em destaque), 46 anos, apontado como assassino da policial civil do Distrito Federal Valderia da Silva Barbosa Peres, 46. O foragido morreu durante uma troca tiros com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), na madrugada desta segunda-feira (14/8). Um motorista de transporte por aplicativo relatou que havia sido contratado pelo suspeito para levá-lo ao Maranhão.

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Em depoimento, a testemunha detalhou que buscou o assassino no bairro de Novo Planalto (GO). “Ele pediu para estender a corrida até o Maranhão, pela quantia de R$ 3 mil. Eu avisei que precisava passar em casa para pegar alguns itens e, quando cheguei ao meu endereço, ele desceu do carro e fugiu”, afirmou.

Desconfiado, o motorista ligou para polícia e passou todas as características do passageiro. Os militares se mobilizaram e conseguiram encontrar o foragido às margens da BR-153, em Porangatu (GO). Armado com um revólver calibre 32, os militares relataram que Leandro teria reagido à abordagem e trocado tiros com a PMGO.

Vídeo: suspeito de matar policial da Deam fugiu de bicicleta após crime no DF

Após o assassinato, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deslocou equipes da 21ª DP (Taguatinga Sul) em uma operação para localização e captura do suspeito.

“As primeiras investigações mostraram que Ferreira permaneceu por três horas no condomínio da vítima [em Arniqueira], aguardando-a, o que sugere premeditação. O veículo usado no crime foi encontrado abandonado na casa da mãe do suspeito, em Taguatinga Norte. Posteriormente, o suspeito sacou dinheiro em uma agência bancária, provavelmente para financiar a fuga”, detalhou a corporação, em nota.

Após a troca de tiros, Leandro chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) e levado ao Hospital Municipal de Porangatu, mas não resistiu.

Facadas

Valderia trabalhava na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2, em Ceilândia, e foi brutalmente assassinada, com mais de 64 facadas, segundo laudos preliminares do Instituto de Medicina Legal (IML). A agente foi encontrada morta no banheiro de casa, em Arniqueira, na tarde de sexta-feira (11/8). O crime foi o 23º caso do tipo registrado na capital do país neste ano, segundo o Painel de Feminicídios do Distrito Federal.

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A vítima atuava como chefe da Seção de Apoio Administrativo, Estatística e Informática da Deam 2. Ela estava recém-separada de Leandro, que teria sacado uma quantia razoável de dinheiro em espécie e planejado a fuga após matar a policial. Ele chegou a deixar uma mala pronta, com roupas e objetos pessoais, para escapar depois de cometer o assassinato.

A violência do ataque impressionou os investigadores. “Nunca vi uma situação tão brutal, tão horrível como essa”, destacou a delegada-chefe da Deam 2, Letízia Lourenço.

Assista:

Vídeo mostra suspeito saindo da casa da mãe, em Taguatinga:

Leandro trabalhava como motoboy e teria aberto uma empresa de transportes e mudanças com a companheira. A sede do negócio ficava no mesmo local onde a vítima morava.

Um dos filhos da vítima, de 23 anos, disse à polícia que encontrou o corpo da mãe no banheiro da casa dela, por volta das 12h30 de sexta-feira (11/8). Desesperado, o jovem acionou a polícia.

Em depoimento, ele contou que a última vez em que havia se comunicado com Valderia tinha sido por volta das 10h30 daquele dia, quando a policial disse que voltava para casa.

Ele chegou ao endereço da mãe, em Arniqueira, e a chamou, como de costume. No entanto, não recebeu resposta e teve um “mau pressentimento”.

O jovem relatou que correu ao quarto dela, mas encontrou a porta fechada. Em seguida, deu a volta no terreno e foi à janela do cômodo, por onde pulou e conseguiu entrar. Nesse momento, viu o corpo da mãe caído no chão do banheiro.

A vítima estava vestida e apresentava um corte profundo no pescoço, com bastante sangue ao redor, segundo o filho de Valderia relatou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele acrescentou que viu outros ferimentos no corpo da vítima, mas que não teve coragem de olhar mais.

A testemunha contou à PCDF que tinha convicção de que o padrasto seria autor do crime. O jovem também relatou que a vítima e o ex-companheiro dela estavam em processo recente de separação. O suspeito tinha se mudado da casa da policial há cerca de um mês, mas não aceitava o fim do relacionamento.

Enterro

O velório e a cremação de Valderia estão marcados para esta segunda-feira (14/8). A previsão é que um cortejo fúnebre deixe o prédio da Direção-Geral da PCDF, por volta das 13h, passe pelo Eixão e siga até o cemitério Campo da Esperança, onde o corpo será velado das 14h às 16h. Depois, seguirá para cremação, no cemitério de Formosa (GO).

Dados preocupantes

De janeiro último até essa sexta-feira (11/8), o número de casos de feminicídios no Distrito Federal chegou a 23 e ultrapassou os registros de todo o ano passado (17).

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a maioria dos crimes (14) ocorreu na casa das vítimas.

As armas brancas foram os instrumentos mais usados pelos agressores para cometer os assassinatos; em seguida, vêm as armas de fogo e asfixia.

Em 2023, janeiro foi o mês que acumulou mais casos, com cinco ocorrências. Ceilândia aparece como a região administrativa com mais registros na capital federal.

De 2015 – ano de criação da lei que tipifica o feminicídio como qualificadora do crime de homicídio – a 2023, o Distrito Federal registrou 165 casos do tipo.

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