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Playboys da batida, alvo da PCDF, faturaram R$ 2 mi destruindo carrões

Atuando desde 2015, a organização criminosa simulou 12 acidentes e destruiu 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi e BMW

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Alvos da PCDF, playboys da batida
1 de 1 Alvos da PCDF, playboys da batida - Foto: Arte/Metrópoles

atualizado

Nas primeiras horas desta segunda-feira (18/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou megaoperação para desmantelar organização criminosa especializada em simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras. A ação, coordenada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), cumpre seis mandados de prisão temporária, além do sequestro de 20 veículos e o bloqueio de R$ 2 milhões das contas dos investigados.

Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes. O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos com perda total dos veículos para embolsar o dinheiro do seguro. Atuando desde 2015, a organização criminosa simulou 12 acidentes e destruiu 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo.

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Operação deflagrada pela PCDF
Veículo de luxo apreendido
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Carro usado por investigados

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Operação deflagrada pela PCDF

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Veículo de luxo apreendido

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Dinheiro apreendido

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Os cabeças do esquema torravam o valor das apólices em viagens internacionais para os destinos mais caros do mundo, tanto na Europa quanto na Ásia e no Oriente Médio. Parte da grana era reinvestida pelos “playboys da batida” na compra de outros carros, que, novamente, seriam destruídos em colisões frontais que impossibilitassem o conserto dos veículos. Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília.

Veja imagens dos carros destruídos pelos playboys da batida:

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Fábrica de acidentes

A organização criminosa tinha um modus operandi definido no momento de comprar um determinado carro, circular com ele por alguns meses e depois planejar a colisão. As batidas sempre ocorriam em locais ermos e escuros, para dificultar a presença de testemunhas. Os integrantes do esquema adquiriam veículos importados de certo tempo de uso e de difícil comercialização, alguns ainda avariados.

Os investigadores descobriram que os veículos eram consertados e, logo depois, os criminosos contratavam seguros, sempre com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros. Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, o bando se revezava na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.

Da mesma forma, para dificultar a apuração policial, os membros da organização criminosa registravam as ocorrências dos acidentes por meio da Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre as circunstâncias dos supostos acidentes. Em seguida, o bando dava entrada no processo para o recebimento da indenização do seguro, sempre com base na tabela Fipe.

Porsche batida

Viagens e curtição

A Polícia Civil não confirmou a identidade dos seis alvos da operação. No entanto, a coluna descobriu quem são os líderes da organização criminosa. Um dos chefes do esquema é o empresário Glauber Henrique Lucas de Oliveira. Nas redes sociais, ele coleciona uma rotina de viagens internacionais que retrata o lucro amealhado com os acidentes forjados.

O empresário e a mulher dele — a advogada também presa na operação — costumam viajar para capitais europeias, como Roma, Paris e Madri. Estadias em belas estações de esqui pelo mundo ou em resorts paradisíacos à beira-mar também costumam figurar no roteiro dos criminosos. A ostentação é exposta em fotos e vídeos no Instagram.

Outro cabeça da organização criminosa é o ex-policial militar Rosemberg de Freitas Silva. Ele foi expulso da PMDF por causa da emissão de 150 cheques sem fundos. Os veículos em nome do ex-militar chamam a atenção pelos altos valores. A coluna apurou que Rosemberg é dono de duas Porsches Cayenne, uma moto BMW R1250 e outra Honda PCX, além de três carros de menor valor, como um Honda Fit e um Hyundai HB20.

“Esta é quinta operação da PCDF contra fraudes no recebimento de indenização de seguro de veículos. A cada ação, há diminuição de simulações de acidente em Brasília, o que reduz o risco das seguradoras e, consequentemente, o preço do seguro do brasiliense”, disse o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito.

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Esposas comparsas

As companheiras de Glauber e Rosemberg, que não tiveram os nomes divulgados pela PCDF, também foram alvo de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. As duas mulheres, entre elas uma advogada, cediam os dados pessoais para o registro dos acidentes forjados, adquiriam veículos, contratavam apólices de seguro e recebiam indenizações.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz titular da Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia. Todos os investigados foram indiciados pelo crime de pertencimento a organização criminosa, que prevê pena de reclusão de 3 a 8 anos.

Esta é quinta operação da PCDF contra fraudes no recebimento de indenização de seguro de veículos. As anteriores ocorreram nos anos de 2011 (Operação BR Segura, da 18ª DP de Brazlândia); 2013 (Operação Perda Total, da extinta Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco), atualmente Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor); e 2020 (Operação Total Loss e Navio Fantasma, ambas da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri).

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