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A rotina das influencers do bagulho encarceradas no presídio feminino

Rhaynara Didoff, Elisa de Araújo Marden e Letícia Susane Correia Castro estão em uma ala que abriga presas provisórias, na Colmeia, no Gama

atualizado

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Influencers são presas acusadas de fazer merchan para o tráfico de óleo de maconha na internet - Metrópoles
1 de 1 Influencers são presas acusadas de fazer merchan para o tráfico de óleo de maconha na internet - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

Encarceradas há 17 dias no Presídio Feminino do Distrito Federal (PFDF), as três influenciadoras digitais presas no âmbito da Operação Refil Verde, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), estão adaptadas à rotina no sistema penitenciário. Nesta semana, o Ministério Público do DF (MPDFT) se manifestou favorável à manutenção das três prisões preventivas.

Rhaynara Didoff, Elisa de Araújo Marden e Letícia Susane Correia Castro estão em uma ala destinada à detenção de presas provisórias, na Colmeia, como é conhecida a unidade prisional feminina, no Gama. As “influenciadoras do bagulho” não dividem a mesma cela por uma questão de protocolo da penitenciária, que separam as custodiadas detidas na mesma operação.

O trio segue a mesma rotina de toda a ala provisória, com duas horas de banho de sol diárias – separadas do restante da massa carcerária –, quatro refeições diárias e assistência médica quando necessário. As visitas também ocorrem normalmente, caso parentes das presas tenham se cadastrado.

Veja imagens das “influenciadoras do bagulho” presas na Operação Refil Verde, da PCDF:

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A investigação

As investigações da Operação Refil Verde, deflagrada em 24 de abril, desmantelaram um esquema que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.

A organização criminosa, liderada por um casal de empresários de São Paulo, adquiria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fantasmas para lavar o dinheiro do tráfico. A operação cumpriu nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo.

O grupo criminoso mantinha websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico dos produtos, informando que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. Os traficantes utilizavam-se de números internacionais para o contato com os clientes por meio do WhatsApp.

Nesse momento, entrava em ação o trabalho dos influenciadores digitais. Alguns deles eram contratados país afora para divulgar a venda da droga em seus perfis no Instagram.

“Rota da cera”

Sofisticado, o esquema internacional de logística, organizado para trazer os refis com óleo de maconha da Califórnia (EUA), chamou a atenção dos investigadores.

O casal de traficantes adquiria o óleo da erva de fornecedores americanos. Em seguida, a droga era minuciosamente escondida dentro de potes de cera para depilação. Depois, os milhares de vasilhames deixavam o país norte-americano em aviões comercias.

A droga costumava aterrissar em solo paraguaio e cruzava a fronteira com o Brasil por meio de Foz do Iguaçu, no Paraná. Em sua última parada, a maconha em sua forma líquida chegava a São Paulo. Dentro de depósitos de propriedade dos criminosos, o óleo da droga era extraído com a ajuda de seringas e colocado dentro dos refis.

A grande sacada dos traficantes vinha logo em seguida. A droga já devidamente envazada era camuflada dentro de colas em bastão e logo depois enviada via correios para todo o país.

O volume de droga enviada, segundo os investigadores era imenso, com usuários espalhados por todo o Brasil.

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Tráfico no site

Em São Paulo, parte do bando manipulava as drogas e as colocava em refis de cigarros eletrônicos. Os criminosos misturavam solventes e aromatizantes ao óleo e enganavam os clientes pelos websites e pelas redes sociais do grupo, alegando que estavam vendendo diferentes alterações genéticas de maconha.

De acordo com as investigações, profissionais de TI do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo, colaborando com a lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos e utilização de documentos e dados falsos no contato com a rede bancária.

Parte dos insumos para a construção dos cigarros eletrônicos vinha da China e era personalizado com a logomarca da organização criminosa que tinha como base o Rio de Janeiro. O bando se aproveitava da falta de fiscalização nas redes socais para obter lucros milionários.

O esquema estava em expansão, criando redes de contato em diversos países e websites, além de redes sociais reservas, para o caso de algum perfil ser derrubado.

 

Base de operação

Os líderes do grupo, também alvos da operação, ficavam no interior de São Paulo e não tinham contato direto com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com uma empresa privada e postadas pelos Correios.

Os chefões operavam o mercado ilícito remotamente, usando e abusando de várias camadas de proteção, para evitar que a polícia chegasse a eles.

Os investigadores também notaram a participação ativa de mulheres, exercendo, inclusive, papéis de liderança nas ações criminosas. O grupo tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas dos produtos.

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