MP denuncia grupo que desmanchava e vendia peças de carros no DF
Presos na Operação Rota da Seda, da PCDF, 14 pessoas foram denunciadas à Justiça. Peças eram vendidas no Setor H Norte
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, nessa sexta-feira (08/11/2019), 14 pessoas por associação criminosa, lavagem de dinheiro e receptação qualificada. O grupo atuava desde a captação de veículos roubados ou furtados em São Paulo até o desmonte e corte das peças. Os “pacotes” ou “kits” eram vendidos em lojas do Distrito Federal e de Goiás.
Os denunciados foram presos na Operação Rota da Seda, deflagrada pela Polícia Civil do DF em 30 de setembro. De acordo com as investigações, a organização já teria enviado ao Distrito Federal, na última década, pelo menos 2 mil carros cortados que tinham partes comercializadas, em geral, em lojas de autopeças localizadas no Setor H Norte, em Taguatinga, onde 20 lojas foram interditadas.
De acordo com as investigações, os veículos eram roubados ou furtados em Campinas (SP), por terceiros ainda não identificados, receptados e desmontados em galpões. A remessa das partes era enviada para o Distrito Federal e Goiás. Tudo isso com a supressão ou exclusão dos sinais identificadores dos veículos.
Caminhões diferentes eram usados no transporte das peças. Cada um comportava, em média, 10 veículos cortados. Eles chegavam a transcorrer o percurso DF-GO-SP até três vezes na semana, o que indica o alto volume de carros roubados ou furtados que eram inseridos no mercado de autopeças.
Para ludibriar a fiscalização nas rodovias, eram emitidas notas fiscais falsas, alusivas a sucatas, para dar a aparência de que a carga era lícita, em caso de abordagem pelas autoridades policiais ou administrativas. No DF, os suspeitos distribuíam as peças em dezenas de lojas do Setor H Norte, em Taguatinga, fazendo girar uma imensa máquina de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias.
Durante as investigações, um desses caminhões foi apreendido e toda a sua carga, retirada. Nessa oportunidade, o Instituto de Criminalística conseguiu remontar 10 carros completos: quatro portas, capô, tampa traseira, teto, para-choques, para-lamas, faróis, lanternas, espelhos e toda a parte de acabamento e mecânica.

Peças eram cortadas sob encomenda Divulgação/PCDF

Operação da PCDF desarticulou esquema criminoso PCDF/Divulgação

Operação foi deflagrada em 30 de setembro PCDF/Divulgação

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Presos são acusados de organização criminosa Divulgação/PCDF

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São apontados como lideranças no esquema os denunciados Idílio Leandro (proprietário da Impacto Peças); José Costa de Sousa, vulgo Deda (gerente de um desmanche); Andres Ortiz de Godoy, vulgo Deco (proprietário da loja Deco Peças); Pablo Gervani (proprietário da Maranata Peças); João Carlos Dias Vieira (gerente e operador de Pablo Gervani); e Donizete Dias Gomes (proprietário da loja HM Autopeças). De acordo com o MP, eles exerciam o comando da organização: executavam pessoalmente alguns crimes, além de supostamente financiar o grupo.
Fiscalização
Paralelo à denúncia, a Promotoria de Taguatinga trabalha em parceria com o Departamento de Trânsito do DF (Detran) para aplicar a lei que regulamenta a atividade de desmontagem de veículos automotores terrestres no DF. “Esse trabalho é importante para garantir controle, fiscalização, auditoria e o regular funcionamento desses estabelecimentos comerciais”, destaca o Ministério Público. (Com informações do MPDFT)