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Moradores do DF reclamam de calote de decoradora de festas

Cerca de 40 vítimas de Maggie Lima se reuniram em um grupo de WhatsApp e pretendem registrar ocorrência contra a empresária neste sábado (10/9). Publicação nas redes sociais alerta clientes de que a empresária não tem honrado os compromissos

atualizado

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asian child sad bored kid girl in birthday party
1 de 1 asian child sad bored kid girl in birthday party - Foto: iStock/Reprodução

Na hora de planejar uma festa, vários itens ocupam a cabeça dos anfitriões. O que ninguém imagina é que a empresa contratada para fornecer produtos essenciais à celebração não cumprirá o contrato firmado. Esse pesadelo tornou-se realidade para 40 pessoas. As vítimas da decoradora e doceira Maggie Cristine Lima, conhecida principalmente no ramo de festas infantis, se reuniram em um grupo de WhatsApp e pretendem registrar ocorrência contra a empresária neste sábado (10/9).

Os relatos vão de falta de compromisso a utilização do nome de terceiros como sócios. Os clientes contam que ela chegou a utilizar cheques falsos para contratar outros serviços. Eles tentam contato por telefone, e-mail, WhatsApp e Facebook, mas não conseguem falar com Maggie (foto abaixo). Fazer com que o dinheiro devido seja depositado, então, é tarefa ainda mais difícil.

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A empresária Camilla Santa Cruz, de 25 anos, publicou uma denúncia nas redes sociais em que relata o calote que a decoradora deu em sua tia nesse domingo (4). A partir da publicação, surgiu a ideia de criar um grupo com a maior quantidade possível de vítimas.

“Minha tia contratava essa moça havia cinco anos e nunca tinha tido problema. Ela fechou um pacote que, se não me engano, era de R$ 5 mil e dava direito a uma festa completa. No local do evento, ela se deparou com um décimo dos doces prometidos, uma maquete minúscula e nenhum centro de mesa”, listou Camilla.

Ela contou ainda que, na semana da festa, Maggie pediu que a tia depositasse mais R$ 750 para que fosse confeccionado um painel. “E ela nunca entregou esse painel. Minha tia ficou arrasada”, lembra a empresária. Camilla afirma que a doceira chegou a pedir desculpas pelo ocorrido e disse que devolveria o dinheiro. O depósito ainda não foi feito.

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Alerta publicado nas redes sociais

Maggie também causou dor de cabeça em Vanessa de Paula, de 35 anos. A representante comercial contou ao Metrópoles que teve um prejuízo de R$ 3,2 mil com a decoradora. “Chegou a hora da festa e não tinha nada na minha casa. Você não imagina o que é dar o horário previsto para os seus convidados chegarem e não ter um lugar para eles sentarem”, desabafou.

Vanessa contratou um pacote para a festa de um ano de sua filha. “Dentro da decoração pela qual paguei, ficaram faltando pelo menos cinco itens. Pedi 2 mil balões e vieram 50. Além disso, ainda tive que pagar todos os fornecedores, que foram chamados às pressas. Nem bolo tinha. Saí no meio da festa para comprar um na padaria e cantar o parabéns”, relatou Vanessa.

Ela trabalha com sonhos e eu tinha o sonho de fazer essa festa para a minha filha. A de 1 ano, ela conseguiu estragar, mas a de 2 (anos) ela não passa perto.

Vanessa de Paula

Lailiana Barbosa, de 34 anos, desconfiou de Maggie antes da festa ocorrer. A bancária comprou um pacote de R$ 2 mil para a festa da filha e estranhou o sumiço da decoradora, que passava dias sem dar retorno. “Paguei à vista, no ano passado, e a festa estava marcada para junho. Assim que contratei a casa de festas, no início de 2016, tentei contato com ela inúmeras vezes e não obtive retorno. Como o meu pacote incluía a decoração e os doces, fiquei muito insegura e preferi não arriscar”, disse Lailiana.

Diante da falta de contato com a decoradora, a bancária contratou outra pessoa para fazer a decoração e disse a Maggie que só ficaria com o pacote dos doces. “Ela levou quase um mês para me mandar a planilha com os preços. Nesse meio tempo, apareceram histórias de que ela não estava prestando os serviços contratados e resolvi cancelar”, explicou.

O contrato foi quebrado em fevereiro e Maggie só entrou em contato com Lailiana na última segunda (5), dizendo, segundo a bancária, que não poderia reembolsá-la de imediato. “Passei a minha conta e não tive mais notícias dela. O dinheiro não caiu”.

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Funcionários
Ao que tudo indica, Maggie também deixou de honrar compromissos com os próprios funcionários. A artesã Shirley Aparecida Araújo, de 39 anos, prestou serviços de modelagem de doces para ela. “Não pagou as minhas diárias, vale-transporte… Nada. Entrei na Justiça, marcaram a audiência para dia 1º (de setembro) e ela nem apareceu”, afirmou.

“Não consigo falar com ela. Tentei fazer um acordo e ela não cumpriu. Ela sempre demorou para pagar, mas no fim o dinheiro caía. Como demorou demais e eu estava tirando o dinheiro da passagem do meu bolso, parei de prestar o serviço”, completou a artesã. Maggie deve R$ 1.958 a Shirley.

O outro lado
O Metrópoles entrou em contato com Maggie Lima nesta sexta-feira (9). A decoradora admitiu problemas pontuais com alguns clientes, mas assegurou que não houve golpe. “Não teve uma festa em que eu deixei de entregar os produtos. Se alguém disser que chegou na festa e não tinha nada, é mentira. Os problemas vão depender de cada caso”, disse.

“Eu acertei uma data para pagar aos que estou devendo. Parei de trabalhar com decoração e soltei uma nota no ano passado informando. Mas estou honrando os contratos que foram fechados antes disso. Com os doces, a mesma coisa”, alegou Maggie. Ainda de acordo com a decoradora, a repercussão que a publicação teve nas redes sociais prejudicou muito sua atividade profissional.

“Tem muito cliente meu que sabe exatamente o que estou passando na vida pessoal. Dentro da minha condição, estou fazendo tudo o que posso. Claro que com essa enxurrada de mensagens não é possível responder tudo de uma vez”, acrescentou. Ela disse estar lidando com problemas de saúde na família. “Não é golpe. Golpe no meu ponto de vista é a pessoa encomendar tudo e não aparecer”, finalizou Maggie.

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